Working for the autonomy and independence of people with disability, defending their rights to equal opportunities and to full accessibility, securing their whole empowerment and dignity
CONSIDERANDO que a Constituição de 1988 estabeleceu a obrigação do Estado de criar programas específicos para as pessoas com deficiência física, sensorial ou mental e facilitar seu acesso aos bens e serviços de uso coletivos;
CONSIDERANDO que o Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, conforme o procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007;
CONSIDERANDO que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação dos referidos atos junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas em 1º de agosto de 2008;
CONSIDERANDO que os atos internacionais em apreço entraram em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, em 31 de agosto de 2008;
CONSIDERANDO o disposto na Lei n.˚ 7.853, de 24 de outubro de 1989, no Decreto n.˚ 3.298, de 21 de dezembro de 1999, na Lei n.˚ 10.048, de 08 de novembro de 2000, na Lei n.˚ 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e no Decreto n.˚ 5.296, de 02 de dezembro de 2004, que estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias, espaços e serviços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação, com prazos determinados para seu cumprimento e implementação;
CONSIDERANDO a sanção da Lei nº 10.098/2000, especificamente os artigos 2º e 17: Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes definições:.. II – barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em:…d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa; Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer;
CONSIDERANDO o Decreto nº 5.371/2004, que reformulou e estabeleceu as competências do Ministério das Comunicações e da ANATEL, no que se refere aos serviços de transmissão e retransmissão da programação de televisão, o que exigiu assim que o artigo 53 do Decreto 5.296 também fosse reformulado. Também neste mesmo ano, em outubro, o Comitê Brasileiro de Acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a Norma Brasileira (NBR) 15290 que tratou da “Acessibilidade em Comunicação na Televisão”, trazendo o conceito de “descrição em áudio de imagens e sons”;
CONSIDERANDO o trâmite na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 5.156/2013, de autoria de Eduardo Barbosa (PSDB/MG), que dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de audiodescritor;
CONSIDERANDO a relevância que possui para a acessibilidade das pessoas com deficiência aos meios de comunicação e informação existentes em uma sociedade moderna, este tema foi tratado com respeito na Convenção, mas interesses diversos podem não trazer os avanços esperados, levando as pessoas com deficiência a muitas lutas, inclusive a de se cumprir a própria lei;
CONSIDERANDO que, no Relatório Final da IIIª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ocorrida em 2012, foram apresentadas 10 propostas onde a Audiodescrição esteve presente, em quatro dos nove eixos da Conferência: esporte, cultura e lazer (1), acessibilidade (2), comunicação (6) e segurança e acesso à justiça (1);
CONSIDERANDO a Instrução Normativa nº 116/2014 da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), que tratou sobre as normas gerais e critérios básicos de acessibilidade a serem observados por projetos audiovisuais financiados com recursos públicos federais geridos pela Agência e altera as Instruções Normativas nº. 22/03, 44/05, 61/07 e 80/08 e dá outras providências;
CONSIDERANDO a proposta de Regulamento Geral de Acessibilidade em Telecomunicações de interesse coletivo (Consulta Pública nº 18, agosto/2015) proposta pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL);
CONSIDERANDO que Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira da Inclusão(lei 13.146/2015) trouxe, dentre seus 127 artigos, dois relacionados a Audiodescrição. No primeiro deles, que trata sobre os serviços de radiodifusão de sons e imagens, é apontado que os mesmos devem permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros, subtitulação por meio de legenda oculta, janela com intérprete da LIBRAS e Audiodescrição (Art. 67). O outro dispõe da promoção da capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, Audiodescrição, estenotipia e legendagem, que deverá ser realizada pelo poder público, diretamente ou em parceria com organizações da sociedade civil (Art. 73). Ambos estão no capítulo que trata do acesso a informação e a comunicação;
Com base nos marcos legais elencados, nós – audiodescritores de produtos audiovisuais, espetáculos, eventos e demais modalidades de audiodescrição – e outros ativistas dos movimentos sociais em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, diante da necessidade imperativa de regulamentação da profissão de audiodescritor e do estabelecimento de parâmetros de qualificação e certificação dos serviços prestados nesta área, propomos a viabilização das seguintes ações:
– Que os gestores públicos estaduais e o governo federal estabeleçam um canal de diálogo com os profissionais, sobretudo aqueles que já têm uma trajetória histórica na prestação do serviço, bem como os demais profissionais, qualificados e certificados por instituições renomadas, a fim de pensar medidas concretas de organização da profissão e do serviço, principalmente, nas contratações públicas;
– Que a Audiodescrição faça parte das políticas públicas de acessibilidade comunicacional e tenha garantia de recursos em eventos públicos (culturais, sociais, técnicos, científicos e políticos);
– Que o Tribunal Superior Eleitoral exija dos partidos políticos que a Audiodescrição seja garantida na Propaganda Obrigatória;
– Que o Governo Federal, através da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), promova campanhas de divulgação da Audiodescrição e de apoio a toda e qualquer demanda que venha a qualificá-la e ampliá-la;
– Que a Audiodescrição faça parte do Plano Viver sem Limite II, com recursos específicos para formação de profissionais, fomento à pesquisas relacionadas ao tema e implementação em eventos públicos;
– Que a SEDH, o CONADE e o Ministério dos Esportes, em parceria com os profissionais audiodescritores, possam pactuar coletivamente da garantia da Audiodescrição realizada por profissionais da área nas Olímpiadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro;
– Que a Audiodescrição faça parte do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) por meio das ações Escola Acessível e Escola Sustentável;
– Que o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a SEDH e o CONADE, estabeleça os critérios básicos para formação de audiodescritores, assim como para os cursos de audiodescrição e profissionais habilitados para execução dos mesmos;
Que o Ministério da Educação (MEC) inclua nas políticas públicas relacionadas com a educação inclusiva a Audiodescrição como mais um dos diferentes recursos de Tecnologia Assistiva que auxiliam na aprendizagem, por meio da inserção deste recurso nos materiais utilizados nas salas de aula e nos demais processos de inclusão escolar e da capacitação de educadores e gestores do sistema educacional para que realizem descrições de imagens como mais uma ferramenta pedagógica.
Que os cursos de formação de audiodescritores sejam efetuados por instituições de ensino reconhecidas e bem avaliadas pelo Ministério da Educação, ministrados por profissionais com extensa experiência de ensino, pesquisa e/ou produção de Audiodescrição. Dessa forma, toda e qualquer atividade que envolva a Audiodescrição deve ser executada por um profissional capacitado e com formação para realizar sua função.
Reiteramos nosso compromisso com todos os preceitos já mencionados anteriormente e com a busca constante pela qualidade da Audiodescrição, no sentido de promover uma sociedade mais inclusiva e acessível. Reiteramos, também, a necessidade da valorização da Audiodescrição produzida com qualidade e respeito aos usuários. Para tanto, são necessários profissionais capacitados com formação adequada e que agreguem qualidade ao produto, aperfeiçoando-se cada vez mais nessa área de atuação.
Que o consultor em audiodescrição seja incorporado na cadeia de produção da audiodescrição de produtos audiovisuais, eventos, espetáculos e em outras modalidades de aplicação deste recurso de acessibilidade;
Que sejam estabelecidos mecanismos de feedback e avaliação dos usuários da audiodescrição relativamente à qualidade dos serviços prestados.
Por fim, nós audiodescritores abaixo relacionados, destacamos que a Audiodescrição, como um dos recursos que garantem a igualdade de oportunidades a pessoa com deficiência, deve ser priorizada na formatação de políticas públicas inclusivas no âmbito federal, estadual e municipal e nos poderes executivo, legislativo e judiciário e sua internalização nestes espaços passa pelo diálogo com os profissionais que executam o serviço.
Audiodescrição – transformando imagens em direitos!
Working for the autonomy and independence of people with disability, defending their rights to equal opportunities and to full accessibility, securing their whole empowerment and dignityView all article by Audio Description Worldwide Consortium
Estão fechadas as inscrições para o curso de áudio-descrição “Imagens que Falam”, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com a assinatura do Prof. Dr. Francisco Lima.
Esta edição do curso será online e gratuita. Contará com 160 horas de atividades, incluindo aulas semanais via web rádio, exercícios práticos e muita leitura bibliográfica.
Informaremos aqui quando houver novo curso.
1- O Curso de Tradução Visual com Ênfase na Áudio-descrição “Imagens que Falam”, edição 2019, será composto de quatro módulos conjugados, com quarenta horas cada um.
2- O primeiro módulo destina-se aos principiantes no campo da tradução visual e oferece uma grande oportunidade para os que já estão nesta área conhecer as bases que sustentam a áudio-descrição, enquanto uma ferramenta assistiva para o acesso aos conteúdos visuais por meio das palavras, cuidadosamente empregadas.
3- O primeiro módulo, por conseguinte, trará componentes gramaticais essenciais para a produção de texto, aspectos basilares da tradução e fundamentos para a redação de textos descritivos e áudio-descritivos.
4- Dedicação e foco aos estudos gramaticais e da tradução serão requeridos e serão qualitativa e quantitativamente avaliados.
5- O segundo módulo do Curso de Tradução Visual com Ênfase na Áudio-descrição “Imagens que Falam”, ed. 2019, se dedicará à história da áudio-descrição e aos aspectos éticos essenciais para a produção da tradução visual, considerando os áudio-descritores, consultores em áudio-descrição e os clientes da áudio-descrição.
6- Componentes principiológicos da atuação ética profissional do áudio-descritor estarão em debate e será uma boa oportunidade para estudantes iniciantes e já iniciados na áudio-descrição estabelecerem fundamentos éticos para a prática do tradutor visual.
7- Os participantes do curso serão avaliados qualitativa e quantitativamente pela contribuição para o tema e aquisição dos constructos do módulo.
8- O terceiro módulo do IMQF, Ed. 2019, apresentará com profundidade as diretrizes e melhores práticas da áudio-descrição, momento em que os participantes poderão começar a colocar em prática os conteúdos aprendidos nos módulos anteriores, tanto produzindo suas próprias traduções visuais, como analisando áudio-descrições de profissionais mais experientes, cujos trabalhos estão disponíveis na web.
9- Questões críticas como uso de linguagem fílmica, fotográfica, cênica e outras, bem como escolhas tradutórias serão foco de estudo, e discussão neste módulo.
10- No terceiro módulo, ainda, questões de locução da áudio-descrição, áudio-descrição simultânea e áudio-descrição “ao pé da orelha”, áudio-descrição acompanhada, serão estudadas e debatidas com rigor da literatura.
11- Áudio-descritores atuantes e em formação poderão compartilhar/confrontar experiências práticas e conhecimento teórico, construindo uma base mais sólida para o fazer da tradução visual.
12- Os estudantes serão avaliados qualitativa e quantitativamente pela participação e contribuição para as aulas, pela aquisição dos conteúdos ministrados e qualidade das produções feitas.
13- No quarto módulo do Curso de Tradução Visual com Ênfase na Áudio-descrição “Imagens que Falam”, edição 2019, a prática do fazer tradutório terá palco exclusivo. Será momento de colocar em prática os constructos estudados, tanto nas imagens estáticas, quanto nos eventos visuais dinâmicos.
14- No quarto módulo do IMQF serão cobertas áreas como a áudio-descrição de materiais gráficos (livros, revistas, jornais, cartazes e outros), de cinema (filmes, musicais e desenhos), de televisão (seriados, novelas, documentários, noticiários e propagandas), de internet (conteúdo web, páginas, blogs, youtube e outras redes sociais), de museu (artes e ciência), de entretenimento (shows, festivais, apresentação de rua, atos circenses).
15- Serão requeridos dos estudantes muito empenho, dedicação, foco, leitura e conhecimento dos constructos estudados, para as muitas pesquisas que eles deverão conduzir, e para os vários trabalhos que deverão apresentar neste módulo, ainda mais do que nos anteriores.
16- Agilidade, precisão e qualidade na produção das atividades serão requeridas dos estudantes, assim como são exigidas dos áudio-descritores no mercado profissional da áudio-descrição.
17- A avaliação será qualitativa e quantitativa, considerando as atividades levadas a termo e apresentadas no prazo estipulado.
18- A certificação será feita com aprovação daqueles que tiverem 70% ou mais de aproveitamento/desempenho e participação.
19- Por agora, se você está disposto a aceitar as bases deste curso e a forma de avaliação que o acompanha e deseja saber mais, leia as orientações abaixo, antes de se inscrever.
20- As aulas terão encontros online via webradio e os conteúdos serão ministrados por meio dos aplicativos SnapSects e WatsApp e por e-mail.
21- O material didático incluirá artigos, livros, vídeos e áudios, o que requererá dos participantes conhecimento suficiente para usar as tecnologias de internet e de computação, necessárias para a leitura e escrita dos materiais oferecidos pelo professor e produzidos pelos alunos.
22- Falar, ler e escrever em Língua Portuguesa será quesito indispensável aos participantes do curso, residentes no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo, já que o curso está desenhado para a internet, na modalidade a distância.
23- O curso de tradução visual “Imagens que falam” se destina aos operadores do direito, da cultura, da ciência e do lazer interessados em oferecer aos indivíduos com deficiência um serviço de qualidade e profissionalidade, que esteja condizente com as práticas mais atuais de acessibilidade e respeito à dignidade da pessoa humana.
24- Profissionais da comunicação, do jornalismo, da publicidade, das artes plásticas e cênicas, da ciência, da educação e do entretenimento (tais como do cinema, da TV, da Internet, dentre outros) são encorajados a participar, tanto por ser uma oportunidade para atualização profissional, quanto por ser uma oportunidade de ampliação do campo laboral.
25- Áudio-descritores mais experientes e principiantes da tradução visual são estimulados a fazer este curso, uma vez que pretende ser um nivelamento de conhecimentos no campo da áudio-descrição para os profissionais dessa área e uma oportunidade de profissionalização para os que são ingressantes.
26- O curso de áudio-descrição IMQF, ed. 2019 é de responsabilidade do Ph.D Francisco Lima e será ministrado pelo professor, com a participação de convidados e com a contribuição especial de alunos do curso.
Agora que você já tem uma melhor ideia sobre o curso de tradução visual, “Imagens que Falam”, conhece e entende as bases que o sustentam, se acha que ele pode responder às suas necessidades, bem como acha que terá o tempo e a dedicação necessários para frequentar o curso, preencha o formulário de inscrição abaixo e bons estudos.
Calendário de aulas online (ao vivo)
Presença mínima requerida 75%
Setembro – 05, 12, 14, 19 e 26 – horário: 14h às 17h Outubro – 03, 10, 17, 19, 24, 31- horário: 14h às 17h Novembro – 7, 9, 14, 21, 28 – horário: 14h às 17h Dezembro – 06 – Conclusão do curso – horário: 14h às 17h
Minicurrículo do professor responsável
Francisco José de Lima é Tradutor e Intérprete (Escola Americana Instituto Mackenzie-SP, 1983); Licenciado e Bacharel com formação em Psicologia (UNESP-Assis/SP, 1995); PHD em Psicofísica Sensorial (USP-RP/SP, 2001), Pós-doutor, com trabalho sobre a áudio-descrição científica de artrópodes, pelo Departamento de Entomologia, do National Museum of Natural History Smithsoniam Institute (NMNH- 2018), em Washington-DC. É certificado em Áudio-descrição, pelo Audio Description Institute, ADP/ACD (USA). É detentor dos prêmios: Prêmio Dra Margaret Pfanstiehl Memorial em Áudio-descrição – Pesquisa e Desenvolvimento (2018); e Prêmio Barry Levine Memorial Award for Career Achievement in Audio Description (2016), conferidos pelo American Council of the Blind/Audio Description Project. Faz parte do Audio Description Advisory Committee, da Academy for Certification of Vision Rehabilitation and Education Profissionals (ACVREP), USA, 2019.
Desde 2002, é Professor Adjunto no Curso de Pedagogia e em Licenciaturas diversas na Universidade Federal de Pernambuco (CE/UFPE), tendo orientado várias dissertações no campo da áudio-descrição e participado de diversas bancas de TCC, dissertações e teses, em universidades como a Universidade Autonoma de Barcelona, Unicamp, UFRJ, UFOP, UFRN, UEPA.
É autor de dezenas de artigos publicados em revistas e em livros no Brasil e no exterior, tanto na área da áudio-descrição como do direito e da inclusão da pessoa com deficiência em geral.
É palestrante, com trabalhos apresentados na Inglaterra, San Marino, Croácia e Estados Unidos. No Brasil, tem palestrado e/ou ministrado cursos em importantes instituições brasileiras tais como: Universidades Federais e Estaduais (Unesp, UERJ, UEPA), Ministério Público de Alagoas, Tribunal do Trabalho do Rio de Janeiro, Ministério Público de Pernambuco, Tribunal Regional de Pernambuco, Tribunal Eleitoral do Mato Grosso do Sul, Conselho Nacional de Justiça (Distrito Federal), Museu Dragão do Mar (Ceará), MAMAM (Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães- Recife), Fundação Dorina Nowill, Instituto Benjamin Constant, entre outras.
Segue a lista dos alunos que irão participar do curso Imagens Que falam Edição 2019.
Atenção: se você se inscreveu e seu nome não consta da lista, informe-nos em hi@audiodescriptionworldwide.com.
Se o seu nome consta da lista, e você acha que não deveria constar, por favor informe-nos em hi@audiodescriptionworldwide.com que retiraremos seu nome o mais breve possível.
Adaunice Arruda da Silva
Adriana Almeida
Agaitalo Junior Vasconcelos
Aguijane Lopes Menezes
Alaide Cavalcanti
Alan Carlos Silva de Aviz Silva
Alessandra de Azevedo Costa Calixto
Alessandro Câmara de Souza
Aline Alves de Amorim
Aline Teixeira Damasceno
Alisson Santos
Amanda Sany Martins Pimenta
Amelia Almeida
Amelia Moraes
Amelia Abigail de Almeida
Ana Carolina
Ana Lucia
Ana Madalena Dos Santos
Ana Santago
Ana Tolentino
Ana Célia Silva
Ana Clara Caribé
Ana Claudia Ferreira
Ana Elisabete Alves Santos Santana
Ana Emília Adriano
Ana Fátima Berquó Carneiro Ferreira
Ana Josefa Amaral Cavalcanti Cavalcanti
Ana Julia Perrotti Garcia
Ana Lucia Rodrigues Dos Santos
Ana Lúcia Perfoncio
Ana Lúcia Rique
Ana Maria Tolentino
Ana Maria Lima Cruz
Ana Paula da Rocha Silva
Ana Paula Guarinho
Ana Paula Leite de Camargo
Ana Paula Lima de Araújo
Ana Paula Macedo Gomes
Ana Paula de Musembani
Ana Quele Gomes de Dias
Ana Rita Aranha Ferraciolli
Anatacha Sczesny Lochi
Anderson Rauber
Anderson Francisco Vitorino
Anderson Jefferson Gomes da Silvia
Andre Stroke
André Alves de Albuquerque
André Martins Campelo
Andréa Menezes da Costa Gama
Andréa Trajano Do Santana
Andreia Cristina Mônaco Vilela
Andreia Custodio Porto
Andressa Lucena
Andreza Vidal Bezerra
Angela Maria de Sousa E Silva
Anicleidy Cordeiro Sousa
Anicler Santana Balbino
Anna Christina Montanet Pimenta
Antônia Almira Venâncio Do Vale Bruno
Anyellia Spaler
Aparecida Costa Reis
Aparecida Pereira Leite
Ariana Alves de Santana
Ariane Polizel
Arlete Ferreira da Silva
Ataluana Marinho
Aucilene Dias de Santana
Audier Silva Gomes
Beatriz Jatobá Vieira de Oliveira
Bianca Della Líbera da Silva
Bibiana Pozzebon
Blenda Karen Batista Ramos
Brisa Teixeira de Oliveira
Bruna Grisolia Pezzi
Bruna Guimarães Barbosa
Bruno Barretto Campos
Bruno Linhares
Camila Arsana
Camila Mitsue
Camilla de Souza Pinto
Carla Araujo
Carla Chierosa Antunesttt
Carlitos Manga
Carlos Pereira
Carlos Viana
Carlos J Souza
Carmem Lúcia Barbosa Moreira
Carmen Elisabete Caye Dahlem
Carolina Carvão
Carolina Moura
Carolina Wintter
Caroline Rodrigues Macalini
Celso Oliveira de Carvalho
Charlene Cardoso Andrade
Chimenia Sczesny Lochi
Cícera Aparecida Lima Malheiro
Cinthya Diane
Ciriane Jane Casagrande da Silva
Clarice Rejane Lima Ferreira Tomaz
Claudia Correa Lemos Fernandes
Claudia Nascimento
Claudia Cristina Silva Pereira
Claudia Cristina de Oliveira Soares
Claudinete da S. de Lima
Clayton Ribeiro
Cleide Pereira Cirilo
Cleide Mota Pereira
Cleuma Aparecida Barbosa Gonçalves Felix
Clóvis Maxwell Andrade Martins
Conceiçao de Maria Rodrigues
Cristian Sehnem
Cristiana Soares
Cristiana de Barcellos Passinato
Cristiane Delecrode
Cristiane Freire de Sá
Cristiano Bertolini
Cristiano Gomes da Silva
Cristina Bassaco
Cristina Kenne de Paula
Cristina Strohschoen Dos Santos
Cyntia Moraes Teixeira
Daiane Sousa de Pina Silva
Daiani Cristina Dos Santos Jacinto
Daniel Coutinho
Daniel Gause
Daniela Chaves
Daniela da Conceição da Silva
Daniela Magalhães Vecchia
Daniela Rangel Granja
Danúsia Cardoso Lago
Danyelle Ravenna Lopes
Dariana Correia Braga
Darliton Romão
Davi Figueiredo de Lima
Davi Lopes
Debora Fonseca
Débora de Aranha Haupt
Deborah Del’izola Santos
Deborah Fabricio
Deise Souza
Deivide Monteiro Dos Santos
Denilson Teixeira da Silva
Denise Oliveira Venceslau
Denison Ferreira Nascimento
Dennis Souza da Costs
Diana Cavalcanti
Dilcelia Brito
Dina Pereira de Melo
Dionisio Gause Junior
Edgard Jacques
Edinea da Rocha Neres Câmara
Edna Hardoim
Edna Maria Batista Alves
Eduardo Melo
Edvania Dos Santos Araujo
Efigênia França Marczewski
Elaine Aragão
Elaine de Oliveira Souza Fonseca
Elaine Seco
Eliana Huei Mey Su
Eliane Maria de Oliveira Paixão
Elis Regina Paim Röesler
Elisabeth Bieging
Elisabeth Silveira
Elisaine Batista de Oliveira
Elisângela Couto Meyer
Elisângela Horst da Silva
Elizabeth Sczesny Lochi
Elizabeth Daniel Belzarena
Eliziane Batista Dos Santos
Elma Lima da Mota Souza
Eloar Barreto Feitoza Sá
Elys Ramila Valentim Fonseca
Eric Douglas Costa Montenegro
Érika Alves Silva
Erilda Aparecida Pedrosa
Eunice Nazare Gomes Barbosa
Evandro Luis Alves
Eveline Natália Cantarelli
Ezi Soares Dantas
Fabiana Droppa
Fabiana Paes Barreto
Fábio José Alves Cardoso
Fabrícia Barbosa de Omena
Felipe Braccialli
Fernanda Brahemcha
Fernanda Taschetto
Flávia Aguiar
Flávia Ribeiro Nunes Flavia
Flavia Maria de Lucas
Flavio Roberto Dos Santos Correia
Francieli de Souza
Francisca Aldenisa Peixoto da Silva
Francisca Charlenny Freitas de Oliveira
Francisca Ivoneide Do Nascimento Freitas
Francisco Adelmo Passos da Maceno
Gabriel Aquino Alves Gomes
Gabriel Saiago
Gabriela Carvalho da Nóbrega
Gabriela Garcia Jimenez
Gabriela Jacques Fernandes
Gabriela Mattos de Souza
Gabrielly Fratoni
Garrolici de Fatima de Alvarenga
Geisa Maria Martins da Silva
Gelson Inácio Dos Santos
Genicleide Carvalho
Geny Das Merces Ferreira
Gerlane Souza Oliveira
Gildásio Macedo de Oliveira
Gilneide Cabral Do Nascimento Lobo de Miranda
Gilselia Eloi da Silva de Oliveira
Giselly Gomes
Gislana Monte Vale
Glenda Stimamiglio
Gloritanna Jesus Santos
Graciela Mandu
Gracy Martins
Graziele Perpetua Fernandes Mello
Guilherme Henrique Inocêncio
Gustavo Barreto Vilhena de Paiva
Gyldmeire Pachêco
Hanna Christina da Silva
Heloneide Alcantara Matos
Hélvia Cruz de Oliveira
Higor Araujo de Almeida
Ingrath Narrayany da Costa Nunes
Ioná Pereira Magalhães
Iris Fernandes
Irlanda Silva
Isabel Cristina Motta da Silva
Isabel de Jesus Roque
Isabella Bandeira
Isabella Renata Alves Fernandes
Isadora Machado Cabral
Isaura Maria Ribeiro Bonavita
Ivo Bem
Ivone Angela Dos Santos
Iza Mendes da Silva
Jacira Gomes
Jaderson Pires Dos Santos Vasconcelos
Jairo Cordeiro
Jairo Manuel Cordeiro
Janaína Gomes
Jane Santana
Jane Cristina de Souza
Janete Menezes de Souza
Jeovani Lima de Oliveira
Jessica Silva
Jó Freitas
Joana Célia Do Socorro Gomes de Andrade Martins
Joana Maria da Silva
Jorge Luiz Dos Santos Florentino
José Leandro Simanovicius
José Ronaldo Silva Oliveira
Joselba Fonseca
Josiane Cristina Becker
Josiane Dantas Carvalho
Josue Ferreira de Araujo
Josué Marcos Santos Pereira
Júlia Mariano Ferreira
Juliana Cardoso Araujo
Juliana Dos Santos
Júlio César Martins Silva
Jussara Rodrigues Gomes
Kamila Cunha Dos Santos
Karine Vieira da Rocha
Kátia Barbosa Silva
Kelly Amaral de Alcântara
Kelly Martins
Kely Cristina Rodrigues de Freitas
Kenne Soares Oliveira
Kerhle Delmondes Santos Coelho
Kerllon Lucas Silva
Kerson Kleber
Késia Pontes de Almeida
Kesia Caroline Santos
Klebson Ricardo Do Nascimento Silva
Kleymara Cavalcante Kopavnick
Lângela Carmo
Lara Andrade Lima
Lara Silva
Larissa Matos Silva
Larissa Rodrigues Paes Costa
Laura Francelino de Abreu
Laura Paulina Ribeiro
Layse da Costa Santos
Lázaro Monteiro
Leonardo Dias de Oliveira
Leoneida Ladeira Rodrigues Macedo
Leticia Casella Kamada
Lia Cazumi Yokoyama Emi
Lideraldo Luis Mognon
Lídia Alves de Oliveira
Ligia Martins Schneider Pelaez
Ligia Maria Ribeiro
Lisângela Rossi Sitya Pazetto
Lívia Bello
Lívia Pavini Zeviani
Lívia Santos
Lívia Laenny Vieira Pereira de Medeiros
Loide Leite Aragão Pinto
Luana Rodrigues
Luana Tillmann
Luana Campos Santos
Lúcia Helena Vila Nova Rodrigues
Luciane Maria Molina Barbosa
Luciene Carneiro
Luciene Oliveira Carneiro
Luciene da Silva Barros
Lucimar Bizio
Lucimara Ariza da Silva Padua
Luiz Henrique Kichel
Luiza de Negreiros Caldas
Lurdes Lorena Esteve Escobar Dos Santos
Lusenir da Silva Santos
Lutiane Duarte Souza
Maíra Matos
Maísa Estevam
Marcela Rubia Tozato Daltio
Marcelo Bezerra Martins
Marcia Dias
Marcia Fontana Paiva
Marcia Munhoz
Marcia Oshiro
Márcia Cristina Vieira Nunes
Márcia Morais Pessoa Ferreira
Marcia Cristina Vieira Sales
Marcia Maria Do Nascimento
Marcia Maria Souza Gonçalves
Marcio Cardoso Lima
Marcio Alexandre Cruz
Marco Bonachela
Marcos Junior
Marcos Nogueira
Maria Abigail
Maria Ferraz Dos Santos
Maria Lima
Maria Alice Cardoso Pereira
Maria Alice de Oliveira Dias
Maria Alice Pereira
Maria Aurinolia Silva
Maria Cândida da Silva Abes
Maria da Conceição Alves de Almeida
Maria Das Graças de Queiroz
Maria de Fátima Souza Oliveira
Maria de Lourdes Leite Paiva
Maria Do Carmo Bottino
Maria Do Carmo Fagundes de Souza
Maria Edilva Figueiredo
Maria Edna Brito
Maria Eduarda Nascimento de Araújo
Maria Emília Welyczko
Maria Graciela de Melo
Maria Hermogênia de Oliveira
Maria Izabela da Silva
Maria Lucineide da Silva
Maria Luísa Mendes
Maria Luzinete Ielpo Do Amaral
Maria Marta Ramos da Silva
Maria Quitéria da Silva
Maria Vanuzia Monte Freitas
Maria Zulene Gomes Venâncio
Mariangela Scheffer Cardoso
Marianna Kutassy
Maridalva Varela Silva
Marilena Batista da Silva
Marilia Santiago
Marilúcia Batista Sales
Marilza Ferrari de Melly
Marina Gomes Portela Maia
Marina Jacques Fernandes
Mario Jose de Santana
Marisa Ferreira
Maristela Bartmann da Silva
Maristela Dalmolin
Marivane Souza Barbosa
Marjorie Garrido Severo
Markiano Charan Filho
Marluce Martins
Martha Santos
Matheus Ferreira Lima
Matheus Silva Santos
Meire Mendes Ouriques
Mellysy Candida Nogueira de Queiroz
Mercia Jose. de Melo
Michele Silva
Michele Souza
Michele Odiza de Lacerda Mendes
Michelly de Jesus Reis
Milton Carvalho
Mirella Katylcha Xavier da Silva
Mirian Bigão Moretti
Moaci Júnior
Mônica de Oliveira Pasini
Mônica Maria Rufino de Araujo
Nádia Luciana Monteiro Dos Santos
Nadir da Silva Machado
Nara Marques
Natália Venâncio Bruno
Natana Pozzer Vestena
Nathália Maria Andrade Dos Santos
Nathaly Maria Ferreira Novaes
Neire Conceição Nunes Lopes
Nelson Expedito da Rosa
Nicole da Cruz Rabello
Nilmaria Vieira de Faria
Nissia da Costa Morais Carvalho
Oberdan Mota Corrêa
Odenilton Júnior Ferreira Dos Santos
Olivia Martins da Cunha
Pablo Andrade
Pamela P Sant Ana Cardoso
Paola Rodrigues Mota
Patricia Abreu da Silva
Patricia Freitas Ferreira
Patricia Moreira Corripio
Patricia Saiago
Patricia Silveira
Patrícia Rocha Pordeus
Patrícia Silva de Jesus
Patrícia Carla da Hora Correia
Paula Lopes
Paula Souza
Paula Cristina de Oliveira Marques
Paulo Rogério Anaya
Paulo Sergio Lima de Paula
Paulo César de Souza
Paulo Eduardo Lopes Aguiar
Pedro Ernesto Gonçalves Damasceno
Poliana Rodrigues Moreira
Priscila Urpia
Priscila Xavier
Priscilla Pontes Alexandre
Priscilla Viégas Barreto de Oliveira
Rafael Parlatore
Rafael Nimoi Cardoso
Rafaella Santiago
Raiane Karla da Silva Silva
Raimundo Nonato Maia Junior
Rebeca Moises
Rebecca Nunes de Assis
Rebecca de Castro
Regina Maria Montanet Pimenta
Reijane Anjos da Silva
Rejane Souza Ribeiro de Cristo
Renata Carvalho Silva
Renata Soneghetti Cauper Pinto
Ricardo Medeiros Priuli
Rita de Cássia Oliveira Gomes
Roberta Brandao
Roberta de Moura Torres
Roberta Fagundes Gonçalves
Roberta Mary
Roberta Brandao da Silva
Rodi Narciso
Rodrigo Fortes Mello
Rogéria Joaquina Dos Santos Costa
Rosamunda Sobreira Guimarães Santos
Rosangela Alves
Rosangela Gera
Rosangela Lima
Rosângela Rocha Dos Santos
Rose Valéria Vieira Bianchi
Rosemary Lucas
Rosemeire da Silva Oliveira
Rosimeire Dos Santos
Rosse Beatriz Moura Dantas
Rute da Leandro
Ruth Silva Lima
Sabrina Siqueira Casado
Sabrina de Souza Pereira
Salete Souza
Salete Madalena Souza
Samara Lemos Domingos
Sâmia Citó Madeira Fernandes
Sanderson Mariano Gomes Do Santos
Sandra de Sousasilva
Sandra Maciel
Sandra Ortiz Rizzotti
Sandra Patrocinio
Sandra de Souza Teixeira
Sandra Mara Vieira
Sandra Maria de Oliveira Araújo
Sandra Samara Farias
Sandy de Oliveira Ammar
Semeire Severino Matias
Sheila Venancia da Silva Vieira
Shirley Pereira
Shirley Cristiany Conemberger Silva
Sibele Gomes
Sidnéia Barbosa Silva
Silmara Pereira de Souza
Silvana Régia Oliveira Lins
Silvio Francisco Alves de Souza
Simone Anjerosa de Almeida Camargo
Simone Barros
Simone Sobral
Simone Regina Silva de Melo Capella
Simone Santos Catarina Mendes
Sintiane Maria Santos da Silva
Solange Nunes
Solange Nunesv da D Ilva
Solange Pacheco
Suelen Izidio da Silva Sobral
Sumara Frota Do Nascimento
Susana Costa
Suzana Abreu Portal
Talita Evancely Barbosa de Souza
Tamara de Castro Régis
Tamara Joana Casarin
Tamires Amanda Gonçalves da Silva
Tarciana Silva Ramos
Tarciana Angélica Lopes Damato
Tatiana Galeno
Tatiana Oliveira
Tatiane da Vera Cruz Silva
Tattiana Côrtes Farias de Mendonça
Thaisa Cristina França
Thalita Silva
Thatiany Macedo Cavalcanti
Thayana Bruno Nogueira Borges Ribeiro
Thiago Apolinario de Lima
Valeria Francisca de Amorim
Valéria Ferreira Silva
Valeska Paulino Nogueira
Vanessa Gosson Gadelha de Freitas Fortes
Vanessa Rodrigues de Souza
Vanessa Roque
Vanessa Helena Santana Dalla Déa
Vaniuza A Wronski
Vera Rita Dos Santos Silva
Verônica de Andrade Mattoso
Veruska Rafaela Dos Santos de Lima
Vilson Pires de Andrade Junior
Vitória Schiller de Souza
Viviane Alves de Lima Silva
Wagner Alves Ribeiro Maia
Walkíria Paloma de Lima Silva
Wandreia Lucia de Souza Do Nascimento
Waneska Ferreira Cavalcante
Waydja Cybelli Cavalcanti Correia
Wellington Santos de Paula
Wendell Dos Santos Silva
Wesley Pereira da Silva
Weslley Pereira de Souza
Publicado por
Francisco José de Lima
Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Coordenador do Centro de Estudos Inclusivos (CEI/UFPE); Idealizador e Formador do Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-descrição “Imagens que Falam” (CEI/UFPE);Tradutor e intérprete, psicólogo, coordenador do Centro de Estudos Inclusivos. E-mail: cei@ce.ufpe.brView all article by Francisco José de Lima
O presente artigo lista algumas das barreiras atitudinais contra a pessoa com deficiência, mais comumente encontradas na sociedade e oferece sugestões para evitá-las, quando da oferta do serviço de áudio-descrição, técnica que descreve as imagens ou cenas de cunho visual, promovendo acessibilidade à comunicação e à informação, também para as pessoas cegas ou com baixa visão. Nesse contexto aqui também se trata de questões que envolvem a prática do áudio-descritor, se oferece orientações de como esse profissional da tradução deve atuar para evitar barreiras atitudinais em seu ofício, bem como alerta para o perigo de ações que venham limitar o exercício, a aplicabilidade e os recursos instrumentais que o áudio-descritor pode valer-se na oferta dessa tecnologia assistiva. Dá dicas de como se fazer a áudio-descrição, tanto quanto ressalta que esse gênero de tradução visual é direito constitucional brasileiro, concluindo que, portanto, a áudio-descrição deve ser garantida/oferecida sem custos aos clientes com deficiência que do serviço necessitem. Palavras-chave: áudio-descrição, barreiras atitudinais, pessoas com deficiência, tradução visual, acessibilidade comunicacional.
Abstract
This article discusses the attitudinal barriers commonly practiced against people with disability. A series of hints are given to avoid attitudinal barriers by the audio describer and some of the bases for audio description are summarized to offer visual translators important tools for their work. It stresses the importance of recognizing audio description as an assistive technology, making the assertion that this service is due to people with visual disability without no cost. It concludes that audio describers should be free to make their choices as translators and that ruling their work withoutrobust scientific research can be both harful to audio describers and their clients, as well as to those who higher their work. Keywords: audio description, attitudinal barriers, people with disability, visual translation, communicational accessibility. Introdução Durante muito tempo, as pessoas com deficiência foram vistas como incapazes de aprender e de manifestar conhecimento, sendo a elas denegado o acesso à cultura, tanto quanto ao lazer e à educação. Na presunção de que essas pessoas nasciam por desígnio divino, que existiam para espiar pecados ou faltas cometidas por seus antecessores, nem se pensava em lhes oferecer meios de acesso à educação mais básica, menos ainda ao conhecimento científico. Assim, as pessoas com deficiência ficaram à margem da sociedade, isto é, asiladas e exiladas socialmente em instituições ou longe dos ambientes sociais. De acordo com Chicon e Soares (2003, apud LIMA et. ali. 2004, p.09-10), ao longo do tempo, a sociedade demonstrou basicamente três atitudes distintas diante das pessoas com deficiência: [ ] inicialmente, seguindo a seleção biológica dos espartanos, ela demonstrou menosprezar, eliminar/destruir todas as crianças mal formadas ou deficientes; os bebês que nasciam com alguma deficiência ou “deformação” eram jogados de uma montanha, eliminando-se, assim, o que não era “perfeito”. Posteriormente, numa atitude reativa, provinda da proteção e assistencialismo do Cristianismo, evidenciou-se um conformismo piedoso; e, em seguida, já na Idade Média, o comportamento da sociedade caracterizou-se pela segregação e marginalização da pessoa com deficiência, operadas pelos “exorcistas” e “exconjugadores” da época, os quais acreditavam que as pessoas com deficiência faziam parte de crenças demoníacas, supersticiosas e sobrenaturais. (grifos nossos). Afastadas do convívio social e sem a possibilidade de estabelecerem eficientemente uma comunicação que as permitisse compartilhar saberes e atuar contributivamente na construção da sociedade em que viviam, às pessoas com deficiência foi negligenciado o acesso e, conseqüentemente, o usufruto dos bens culturais, sociais, artísticos e educacionais que as poderiam ter tornado, de fato, cidadãs.
Publicado por
Francisco José de Lima
Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Coordenador do Centro de Estudos Inclusivos (CEI/UFPE); Idealizador e Formador do Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-descrição “Imagens que Falam” (CEI/UFPE);Tradutor e intérprete, psicólogo, coordenador do Centro de Estudos Inclusivos. E-mail: cei@ce.ufpe.brView all article by Francisco José de Lima
Este artigo apresenta um estudo da gênese e utilização de modelos mentais dos usuários de websites, constatando como acontece o processo cognitivo e perceptivo na interface usuário-computador, descrevendo tipos de memória (atuação no processo de aprendizagem e como se pode construir uma melhor navegação e usabilidade de interface com ergonomia), resultando em modelos mentais de navegação mais intuitivos e agradáveis, permitindo ao usuário maior controle e qualidade.
Study of the genesis and use of mental models of users of websites, noting as the perceptual and cognitive process in computer-user interface, describing types of memory (in action learning process and how you can build a better navigation and usability of interface with ergonomic). Resulting in mental models of navigation more intuitive and enjoyable, allowing the user greater control and quality.
Keywords: usability, mental models, ergonomics.
1. Prólogo
É comprovadamente crescente a quantidade de pessoas usuárias de internet.
Segundo uma recente pesquisa do Ibope Nielsen Online, em março de 2009, foi identificado um crescimento de 12% no número de usuários ativos da internet no Brasil. O internauta residencial atingiu a marca de 25,5 milhões, considerando apenas este grupo de usuários. O número de computadores conectados à internet registrou o total de 38,2 milhões. O Ibope Nielsen Online admite que, considerando outros meios de acesso, o número de brasileiros internautas pode chegar a 62,3 milhões, levando-se em conta os acessos através de conexão dial-up e mobile a websites. Apontando um aumento de permanência conectada em 26 horas e 15 minutos, atribui-se tal crescimento à inserção de banda larga no país, como principal causa.
Então, pode-se concluir que isto seja uma tendência no cenário atual no qual o brasileiro vive, ou seja, as relações de consumo (compra online, inscrições em concursos, respostas ao poder público, com por exemplo, declaração de imposto de renda, vestibular e outros), o que leva a uma busca por esta tecnologia. Isto justifica um aumento de lan-houses em todo o país.
Os usuários entre as faixas etárias de 10 a 20 anos apresentam maior facilidade no contato com uso de computadores e a jogos eletrônicos (internet), enquanto que aqueles com idades mais elevadas apresentam um maior grau de dificuldade em usar estes recursos tecnológicos. Os dados são interessantes e preocupantes, visto que o número de usuários do público jovem é cada vez maior.
Então, é cabível perguntar: “o mundo encontra-se preparado para novos acontecimentos?” Será que as interfaces web que são projetadas estão adequadas tanto para os mais experientes quanto para os iniciantes? Será que os mapas mentais realmente estão proporcionando uma navegação consistente, intuitiva e de fácil entendimento?
Quando se relaciona os benefícios que uma interface bem constituída pode trazer às pessoas, no âmbito da acessibilidade, não se pode deixar de lado o aporte de contribuições que a ergonomia (ou Fatores Humanos) concede dentro da sua multidisciplinaridade, com base na definição oficial da IEA (International Ergonomic Association) 2000, que a considera como uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos, a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.
Estudos apresentados por Moraes e Mont’Alvão (2000: 11) defendem que
a única e específica tecnologia da ergonomia é a tecnologia da interface homem-sistema. A ergonomia como ciência trata de desenvolver conhecimentos sobre as capacidades, limites e outras características do desempenho humano e que se relacionam com o projeto de interfaces, entre indivíduos e outros componentes do sistema. Como prática, a ergonomia compreende a aplicação de tecnologia da interface homem-sistema a projeto ou modificações de sistemas para aumentar a segurança, conforto e eficiência do sistema e da qualidade de vida.
Segundo Memória (2005), “A utilização de breadcrumbs – migalhas de pão – auxilia na execução das tarefas de forma mais rápida, além de localizar melhor o usuário dentro da arquitetura da informação do website”.
Será que essa informação ainda é consistente para o que estamos vivendo hoje em termos de internet e no que virá pela frente?
Onde entrará a questão dos modelos mentais em navegação de websites? Qual a sua relação com as problemáticas em questão?
O objetivo deste trabalho é realizar uma observação, esclarecendo conceitualmente a importância de se proporcionar aos usuários de páginas web modelos mentais que apresentem uma boa estrutura de navegação e que sejam satisfatórias, aduzindo recomendações.
A técnica ergonômica a ser utilizada é a observação direta e indireta de entrevistas acerca da opinião de alguns usuários.
2. Memória e Percepção
Para se entender como os usuários navegam nos websites, e como são criadas suas representações mentais ou modelos mentais de navegação, precisamos definir alguns conceitos representativos, ligados ao processo de aprendizagem para os sistemas em questão.
Constantemente, somos bombardeados por uma gama de informações, estímulos, sensações que nos levam a tomar decisões, efetivar ações. Num processo cognitivo a forma como se percebe o ambiente, o repertório de informações que possui, ou seja, o quanto que se tem de conhecimento sobre algo é o que determinará quão rica será nossa experiência com o meio em questão.
Segundo Iida (2005), a percepção é o resultado do processamento de estímulos sensoriais recebidos, organizados e integrados em informação significativa, que variam de indivíduo para indivíduo, ou seja, podemos ter percepções diferentes para algo em comum, dependendo do que está armazenado em nossas memórias.
A memória trata de um modo simples como a informação é armazenada. Fialho (2000) enfatiza o surgimento de diversas correntes teóricas e de diversas origens para explicá-la. As teorias relacionadas à memória caminharam para vias opostas: a dos idealistas, que defendem uma origem ou uma natureza espiritual do sistema cognitivo humano e a dos adeptos ao materialismo científico, os quais defendem que o sistema cognitivo humano pode ser explicado a partir do esquema estímulo-resposta.
Para esclarecer o que queremos evidenciar, limitamo-nos aos três níveis de processamento citados por Iida (op cit.), que os trata como: registro sensorial, memória de curta duração e memória de longa duração. Registro sensorial são sensações e percepções que podem ou não ser transformados num registro de memória (Iida, op cit.).
Nas concepções de Broadbent (1958) a memória de curta duração é citada pelo autor como um sistema de armazenamento de curto tempo, pois trata as informações armazenadas provenientes do ambiente por um período breve de tempo.
A memória de longa duração é caracterizada por sua grande capacidade de armazenamento e recuperação através de fenômenos de ativação (Fialho, 2000).
3. Modelos Mentais e os Usuários
Antes de qualquer coisa, devemos deixar claro que modelos mentais e mapas mentais são conceitos diferentes apesar de que a eficácia de um é consequência da boa estruturação do outro, criando entre eles uma interligação em prol dos usuários de websites.
Os mapas mentais ou mapas conceituais ou ainda modelos conceituais possuem conotações e finalidades bem parecidas, tais como: representação da informação, recurso de aprendizagem e organização das ideias, podendo ser utilizados em diversas situações por diversos tipos de profissionais com o objetivo de se ter uma representação do que se quer evidenciar.
Já o mapa mental é o nome dado para um tipo de diagrama, sistematizado pelo inglês Tony Busan, voltado para a gestão de informação, de conceitos e de capital intelectual; na criação de manuais, livros e palestras (BUZAN, 2008).
Os mapas conceituais foram desenvolvidos na década de 70, pelo pesquisador norte-americano Joseph Novak (2003), que define mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento.
Segundo Moreira e Bochweitz (1987), mapas conceituais são diagramas hierárquicos que indicam conceitos e relações entre esses conceitos.
O modelo mental é aquele que é criado no momento em que o usuário interage com as interfaces dos artefatos, são os caminhos que ele percorre até chegar à informação desejada.
Segundo Schwenk (1988), os modelos mentais são como modelos descritivos que podem explicar os modos pelos quais as pessoas deduzem explicações do passado, fazem predições sobre o futuro e escolhem alternativas no presente.
Verifica-se que, na elaboração de interfaces web, os mapas conceituais têm papel importantíssimo, influenciando na criação do modelo mental do usuário, dependendo da forma como foi concebido, o que pode ser intencional, para mantê-lo ou conduzi-lo a determinada informação, ou simplesmente o mapa mental pode ser estruturado de forma a dar maior controle e liberdade ao usuário.
4. Navegação e Usabilidade
Segundo Fleming (1998), um website será bem-sucedido se proporcionar um suporte adequado às intenções e ao comportamento do seu usuário específico.
Partindo desse pressuposto, ressalta-se a importância de se conhecer como os usuários pensam e como é trabalhada a sua percepção, como a informação é processada e armazenada, qual o mapa conceitual mais adequado para ser aplicado a determinado público, fazendo com que crie modelos mentais adequados as suas necessidades.
A utilização dos modelos conceituais bem elaborados pelos designers facilita a criação de bons modelos mentais para os usuários de websites.
Deve-se levar em consideração que se têm diferentes tipos de usuários, desde os mais experientes aos novatos, desbravando um mundo totalmente novo. Dentro destes princípios Krug cita como sua principal lei sobre usabilidade: “Não me faça pensar” Krug (2006). Esta lei trata, de uma forma bem simples, como as interfaces devem ser constituídas para facilitar a formação dos modelos mentais dos usuários.
Krug (op cit.) analisa muito bem a ideia, quando levanta as seguintes temáticas:
“Nós não lemos páginas. Damos uma olhada nelas” geralmente estão apressados, sabem que não precisam ler tudo, acham que sabem tudo;
“O que os projetistas criam. Os que os usuários vêem” focamos sempre em palavras e expressões que estamos executando ou colocamos sempre nossos interesses pessoais;
“Não fazemos escolhas ideais. Fazemos o que é suficiente”, tendemos a supor que os usuários examinarão a página, considerarão todas as opções e escolherão a melhor. Esse é o nosso maior engano;
“Não descobrimos como as coisas funcionam”.
“Nós apenas atingimos nosso objetivo”, não complique o óbvio, faça testes de usabilidade;
Projete uma navegação intuitiva, faça uso de placas indicativas, breadcrumbs (migalhas de pão), barra de utilitários;
Torne a navegação algo agradável, evite cliques desnecessários, sequências de submenus etc;
Lembre-se: o controle deve pertencer ao usuário, a ele tem que ser dado o direito de escolher o caminho ou desistir de uma tarefa.
5. Conclusão
Há muito ainda a ser trabalhado nas questões que relacionam usuário e interface web. Esta foi uma pesquisa inicial que abre precedentes para discussões futuras, ressaltando a importância do conhecimento e domínio na criação e elaboração de mapas conceituais ou mentais na navegação de websites, criando modelos mentais que proporcionem experiências de uso mais ricas, tanto para novatos quanto para os mais experientes do cyberspace.
A pesquisa confirma a tendência no crescimento de usuários e na frequência do acesso à internet, o que representa uma preocupação com relação à geração de modelos mentais mais adequados à necessidade e uso desses usuários.
Esta pesquisa mostra que é necessário fazer estudos mais detalhados com relação aos mapas mentais de navegação, que são desenvolvidos pelos projetistas; sugere que se deva realizar estudos com grupos de usuários diferentes dos citados no presente trabalho, com intenção de levantar novos dados sobre o tema, assim criando uma tabela comparativa de resultados.
7. Referências Bibliográficas
BOVO, Viviani, ERMANN, Walter. Mapas mentais. Water Ermann. 2005. BROADBENT, D.E.. Perception and Communication. London: Pergamon. 1958. BUZAN, Tony. The mind map book. Plume, 1996. IEA (International Ergonomic Association) 2000. FIALHO, Francisco Antonio Pereira, Introdução às Ciências da Cognição / Francisco Antonio Pereira Fialho. 1a Ed. – Florianópolis, SC – UNIVERSO 2000. FLEMING, J. Web navigation: designing the user experience. Sebastopol: O’Reilly, 1998. 256p. Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. NetRatings, B2B – 5, 2008 IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. KRUG, Steve Não me faça pensar 2 ed. Alta Books, 2006. MEMÓRIA, Felipe. Design para a internet: projetando a experiência perfeita. 1 ed. Campus, 2006. MODELO MENTAL. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_mental>. Acesso em 20 jul. 2008. MORAES, A.; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia: conceitos e aplicações. 2ª edição. Rio de Janeiro. Editora 2AB, 2000. 136 p. MOREIRA, Marco Antônio e BUCHWEITZ, Bernardo. Mapas Conceituais: Instrumentos didáticos de avaliação e de análise de currículo. São Paulo: Moraes, 1987. NOVAK, J. D. (2003). A Summary of Literature Pertaining to the Use of Concept Mapping Techniques and Technologies for Education and Performance Support. Relatório técnico submetido ao Chief of Naval Education and Training. Pensacola, FL. Arquivo pdf disponível em: http://www.ihmc.us/users/acanas/Publications/ConceptMapLitReview/IHMC%20Literature%20Review%20on%20Concept%20Mapping.pdf. SCHWENK, Charles R. The essence of strategic decision making. New York: Lexington Books, 1988. INTERNAUTAS BRASILEIROS Disponível em: . Acesso em 07 de mai. 2010
Neste trabalho conceitua-se animação como um gênero de linguagem híbrida, essencialmente visual; demonstrando o valor contributivo da animação para o letramento literário das crianças. Apresenta um roteiro possível, como exemplo de aplicação da áudio-descrição numa animação disponível na internet. Argumenta que a falta de acessibilidade a este gênero artístico/literário impossibilita às crianças com deficiência visual de vivenciarem o direito ao lazer, a cultura e a educação. Conclui que a tradução intersemiótica das animações é um caminho valoroso para que se oferte experiências formativas para as crianças com e as sem deficiência, colocando-as em equidade de oportunidades e de direitos.
Palavras-chave: animação; crianças com deficiência visual; áudio-descrição; letramento literário.
Abstract
The present article argues that animation is a textual gender of hybrid language. It shows the value of animation as means of children’s literary literacy. A script of an audio described animation is presented. And it makes the assertion that the lack of accessibility to this art genre avoids children with visual disability from experiencing the right to leisure, culture and education empowerment. It concludes that audio description of animations is a valuable way to offer such experiences, placing children with and without disabilities, on equal state of opportunities and rights.
Keywords: animation; children with visual disability; audio description; literary literacy.
Considerações iniciais
Os desenhos animados, desde a sua criação, sempre atraíram e reuniram diferentes públicos. O reconhecimento da influência deste gênero na formação linguística, ética, cultural e afetiva da pessoa humana tem originado estudos que atravessam diversas áreas do conhecimento, dentre estas, estão: a Linguística, a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia e a Pedagogia. (GIROX, 2002; BOYNARD, 2005; ESPERANÇA; DIAS, 2010).
Assim, o que antes era visto como gênero menor, destinado principalmente às crianças, passa a alcançar estágios tecnológicos e de valoração que imprimem a maioridade a oitava arte – a animação. (CÔRREA, 2006).
Este gênero nos remete ao resgate temporal acerca do momento em que o homem buscou não apenas registrar percepções, pensamentos, desejos, objetivos e devaneios através da arte pictórica, mas o momento em que, através desta arte, buscou fornecer ao leitor a ideia óptica de movimento. Este elemento constitutivo da animação ganha maior vividez através da sonoridade, do jogo claro/escuro, do uso de cores entre outros recursos que possibilitam ao leitor construir sentidos, interpretar, projetar-se na animação.
Entretanto, quando não se tem total ou parcialmente acesso a estes elementos perde-se a possibilidade de melhor apreciação da obra, isto é, a oportunidade de construir sentidos, de vivenciar a experiência catártica, de vivenciar o lúdico, construir o simbólico e de perceber representações sociais contidas nas animações.
Assim, quando a animação não está disponível num formato acessível, por exemplo sem a legendagem ou o closed caption para pessoas surdas e sem áudio-descrição [1] para pessoas com deficiência visual, as animações não beneficiam uma grande parcela de leitores/espectadores que ficam alijados do direito ao lazer, à cultura e à educação.
Dentre estes leitores/espectadores estão, em particular, as muitas crianças cegas ou com baixa visão. Para elas a falta de acessibilidade implica na impossibilidade de equidade formativa no que se refere ao letramento literário, o qual, segundo Cosson (2006), deve fornecer a cada pessoa e a todos uma maneira própria de ver e viver o mundo.
É, então, sob a percepção da falta de acessibilidade às animações e sob a atmosfera de resgate histórico e de percepção dos avanços deste gênero, que discutimos sobre: a) o conceito, o surgimento e a linguagem da animação; b) a relevância desta arte na formação cultural das crianças; c) os prejuízos que a inacessibilidade a essa arte trazem para as crianças com deficiência visual.
No decorrer deste percurso discursivo, defendemos que a áudio-descrição é um caminho contributivo para a vivência da catarse e do deleite; ponte cujo ponto de partida e de chegada é a imagem, o letramento literário, o respeito às idiossincrasias das crianças com deficiência, à efetivação do direito à cultura, ao lazer e à educação; pois a animação, recurso literário, artístico e lúdico, permeado por construções sócio-históricas, traz a perspectiva formativa de valores, de ideologias e de atitudes.
1 – Conceituando “animação”
A animação é um gênero de linguagem híbrida (composto por códigos verbais, visuais e sonoros), cujo panorama histórico e teórico é ainda esquálido. É uma arte dependente dos avanços da tecnologia e que naturalmente tem evoluído consoante os passos dos novos recursos digitais.
A animação, enquanto construção social que produz, reproduz e vivifica práticas e significados culturais, pode ser compreendida como uma das importantes formas de apreensão, reprodução e consolidação da cultura na atualidade (VILARONGA, 2009).
De acordo com Lucena Júnior (2005, p.28),
A palavra ‘animação’, e outras a ela relacionadas, deriva do verbo latino animare (‘dar a vida a’) e só veio a ser utilizada para descrever imagens em movimento no século XX. Portanto, a despeito de estar inserida no conjunto das artes visuais a animação tem no movimento a sua essência. Em verdade, o movimento tem sido motivo de dedicação por parte de desenhistas e pintores desde os tempos mais remotos.
A animação, conhecida como a oitava arte, é caracterizada pela ausência de atores e cenários naturais. Ela difere do cinema de imagem pelo seu processo de construção. (LUCENA JÚNIOR, 2005; CRUZ, 2006; CÔRREA, 2006).
Neste sentido, Cruz (Ibidem, p. 22) afirma que
[…] afora a finalidade, são diversos os materiais que podem ser utilizados em uma animação, bem como o tratamento dado ao seu conteúdo expressivo. Além da utilização do desenho, podemos citar a animação de pinturas, bonecos, escultura, figuras digitais e, até mesmo, partes do corpo humano. As técnicas de utilização desses materiais dão origem a diversas categorias, tais como a animação tradicional, a rotoscopia, animação digital, animação de recorte, captura de movimento, animação limitada, stop motion (que inclui: animação de massinha, fantoches e bonecos, pixillation, pinscreen etc), entre outros.
Ainda sobre a conceituação da animação, esta autora (op. cit.) assegura que um erro comum de classificação é
[…] resumir a animação à movimentação de desenhos (essa tendência foi popularizada a partir da década de 1920, quando se iniciou a dominação do cartoon norte americano). Segundo Jayne Pilling (1997) o que torna a animação tão difícil de ser definida é justamente o seu caráter de mídia abrangente, a abundância de técnicas e materiais que podem ser usados na realização de um produto animado. Sob o rótulo de ‘animação’, pode ser identificada uma gama de produtos, cuja finalidade nem sempre é artística: filmes publicitários, efeitos especiais e aberturas para cinema e televisão, seriados televisivos, curtas experimentais, longas metragens de entretenimento, além de jogos eletrônicos para computador, internet e celular. (CRUZ, op.cit. p. 21)
A abrangência da animação é o fator que dificulta a construção de um conceito consensual do que seja esta arte.
A distinção entre a animação e o cinema é explicitada por Farias (s./d.) ao explicar que o filme comum registra através da câmara um movimento de 24 fotogramas por segundo. Enquanto que o filme de animação consiste no registro de fases elementares dos movimentos, interrompendo-se a filmagem após a fixação de cada fotograma. Assim, sua unidade fundamental é a imagem, não o plano.
Farias (op.cit.) esclarece, então, que o cinema de animação: compreende: 1) o filme de bonecos; 2) o filme de recortes; 3) o cinema abstrato; 4) o desenho animado; 5) mais recentemente, a animação computadorizada.
Muito embora a animação seja o resultado da união entre sons e imagens, os sons, apenas, não bastam para que se possa compreendê-la, quando não se tem o acesso visual às imagens. Então, toda aquela riqueza de possibilidades compreendida pela animação (sem a acessibilidade comunicacional) fica indisponível às pessoas com deficiência visual, colocando-as em situação de desvantagem cultural, educativa e de lazer, restringindo-as a uma apreciação, por vezes, precária, quando não inexistente, dos produtos animados. Mas de que acessibilidade comunicacional estamos falando? Da áudio-descrição, “uma técnica de tradução visual fundamentada na expressão 3C + EV: concisão, clareza, correção, especificidade e vividez” (LIMA, 2011, p. 13) [2] e que traduz eventos visuais em palavras a serem ouvidas pela leitura eletrônica ou humana (SNYDER, 2011; LIMA, Ibidem.).
2 – A linguagem da animação acessível
Quando o assunto em tela é animação e áudio-descrição é importante sinalizar como a linguagem pode ser entendida nesses contextos. Para nós, ambas construções comunicativas assumem formas e funções diferentes que se completam para atingir o objetivo da arte acessível.
A áudio-descrição é construída a partir de palavras objetivas, vívidas, imagéticas, sucintas o que traz o acesso à comunicação para a centralidade do objeto artístico traduzido em palavras. A animação é construída através da linguagem artística, desautomatizante e verossimilhante, constituída de elementos como textura, tempo, movimento etc, o que convida o leitor a viver experiências lúdicas, informativas e formativas.
A animação, constituída, portanto, por uma linguagem heterogênea, pode combinar materiais de expressão como: “a) a trilha da imagem: imagens em movimento e notações gráficas (letreiros, legendas, inscrições diversas); e b) a trilha sonora: som fônico (diálogo), som musical e som analógico (ruídos)”. (CRUZ, 2006, p. 57).
Então, o conhecimento das diferentes linguagens será necessário ao áudio-descritor para que, nas suas escolhas tradutórias, considere as especificidades da animação, bem como da áudio-descrição, pois, como diz Snyder (2011, p.3) “as escolhas áudio-descritivas são feitas com base num entendimento acerca da cegueira e da baixa visão – áudio-descrevendo do geral para o específico, áudio-descrevendo as cores e as orientações direcionais”. Conforme o autor, o áudio-descritor é, por assim dizer, “(…) ‘uma câmera verbal’, a qual reconta oralmente os aspectos da imagem visual” (Ibidem, p. 4).
Ao considerar, portanto, a especificidade da função do áudio-descritor ao tornar eventos visuais acessíveis, é relevante que no âmbito da arte da animação, assim como de outros gêneros, se preserve os elementos artísticos para que a construção e a inserção da áudio-descrição ocorra de modo harmonioso, tornando-se, portanto, elemento potencializador das possibilidades de construção de sentidos acerca da obra artística.
3 – Relevância da animação para a formação das crianças
A experiência estética vivenciada através do cinema de animação, mais que uma atividade cognitiva e sensorial, é uma atividade que aciona a afetividade, e, por meio das emoções e sentimentos que incita, nutre a subjetividade de seus leitores/espectadores.
A arte possibilita, então, que os leitores/espectadores, desde a tenra idade, atuem sobre o seu próprio equilíbrio interno; projetem-se; vivam outras vidas, em ambientes, espaços e tempos que recriam, refratam o real. A animação, enquanto arte que encanta e envolve o leitor em sua narrativa, possibilita no recriar do mundo
[…] uma forma de compensação aos rigores da experiência no ambiente real – uma capacidade típica do homem (ausente nos outros animais) que permite a elaboração de símbolos; neste caso, um objeto plástico, uma forma autônoma e durável dos símbolos. (LUCENA JÚNIOR, 2005, p.17).
Na animação, com a ajuda dos símbolos da arte, podemos manifestar impulsos e valores significantes, que, de outra maneira, não teriam como serem comunicados (a emoção, o carinho, o desejo, a simpatia, o amor etc). (Idem).
A prática social de ver filmes nutre a construção simbólica e está tão imbricada a formação cultural das pessoas que eles passaram a ser escolarizados e a servir como recurso pedagógico. O lúdico, neste processo, surge como fio condutor do letramento literário e o prazer estético
[…] se realiza na oscilação entre a contemplação desinteressada e a participação experimentadora, é um modo da experiência de si mesmo na capacidade de ser outro, capacidade a nós aberta pelo comportamento estético. (JAUSS; ISER; STIERLE; GUMBRECHT; WEINRICH,1979, p. 98).
Esta projeção no espaço/tempo do texto literário da animação deixa de ser efetivada pelas crianças com deficiência visual quando estas são excluídas do processo formativo, social, cultural, em razão da falta de acessibilidade visual às animações. Os prejuízos para a formação das crianças com deficiência visual incluem a oportunidade de vivenciar o prazer estético que a identificação possibilita e de participar de experiências alheias, as quais consoante Jauss et. al. (1979), em nossa realidade cotidiana, não nos julgaríamos capazes de fazê-lo.
Para a criança com deficiência visual, ainda, a ausência da áudio-descrição nas animações dificulta, limita e impede a construção de imagens mentais suscitadas pelo texto da animação, a ampliação do acervo do conhecimento de mundo e linguístico, a construção do simbólico através do brincar e do faz de conta.
Sem a áudio-descrição, é provável que as crianças com deficiência visual sequer possam fazer parte de algum dos três grupos de leitores/espectadores aos quais Jauss et.al. (1979) se referem, resultando na exclusão dessas crianças. “[…] O primeiro, o que goza sem julgamento, o terceiro, o que julga sem gozar, o intermédio, que julga gozando e goza julgando, é o que propriamente recria a obra de arte”. (JAUSS et.al., Ibidem, p. 103).
No entanto, com a provisão da áudio-descrição (feita sob critérios técnicos, éticos e com objetivo de oferecer pleno empoderamento às pessoas com deficiência visual) (LIMA, TAVARES, 2011), certamente propiciaremos que a criança cega ou com baixa visão venha a fazer parte de um daqueles grupos, inclusive do segundo.
Logo, para que isso ocorra, é preciso que cada vez mais tenhamos áudio-descrições dos eventos visuais, estáticos e dinâmicos sem, de maneira alguma, deixarmos de fora as animações, seja pelas razões expostas ou meramente pelo fato de elas estarem disponíveis às pessoas videntes. Portanto, devendo estar disponíveis para as pessoas com deficiência visual, de sorte que possam ter igualdade de oportunidades culturais, educacionais e de lazer (Decreto Legislativo nº 186/2008; Decreto nº 6.949/2009), conforme defendido anteriormente.
4- Animação com áudio-descrição: um roteiro possível
Como argumentamos, a áudio-descrição, enquanto gênero animação potencializa o processo de comunicação, da força humanizadora, libertária da arte/literatura. A animação com áudio-descrição convida as crianças com deficiência visual a penetrar na narrativa, explorar as possibilidades de interpretação, de projeção, de deleite e de expressão de sentimentos e sentidos e tudo o mais que esse gênero permite as demais crianças.
Por isso, podemos afirmar que a áudio-descrição da animação torna possível às crianças com deficiência visual o letramento literário, compreendido como o caminho formativo que “nos fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz, os instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo da linguagem” (COSSON, 2006, p.30).
Entretanto, a provisão da animação com acessibilidade comunicacional às crianças com deficiência visual não é tarefa trivial que se faz sem aprofundado estudo. Com efeito, essa atividade tradutória é desafiadora para o áudio-descritor, pois ao construí-la tem de considerar o papel fundante e significativo exercido pelos elementos plásticos, os códigos visuais e os acústicos.
Neste sentido, Silva (2009), com base no documento “Áudio description for children”, orienta que devido as particularidades das obras e público infantil, além de respeitar as regras básicas da áudio-descrição ( objetividade, síntese, vividez, fidelidade etc) o áudio-descritor deve respeitar as seguintes regras:
[…] a) adequar a linguagem (léxico e estruturas sintáticas) ao nível das crianças; b) preservar a trilha musical. Caso seja necessário transmitir alguma informação vital e se precise sobrepor alguma descrição à música, fazê-lo após a primeira estrofe e usar preferencialmente os intervalos instrumentais ou trechos em que houver repetições; c) usar a sensibilidade e fazer escolhas lexicais que reflitam a beleza especial das obras infantis. Utilizar adjetivos interessantes e advérbios expressivos (‘peixinhos dourados com grandes e meigos olhos castanhos’). […] (SILVA, 2009, p. 55)
Considerando estas orientações, podemos afirmar que a áudio-descrição, enquanto modalidade de tradução intersemiótica, para atingir o objetivo de tornar acessível o material visual ou audiovisual exige que o tradutor conheça o público-alvo de seu trabalho e, em particular, no caso da áudio-descrição de obras infantis, esteja ciente da finalidade e características gerais das obras.
O roteiro da áudio-descrição de uma animação deve ser uma construção em que se considere a sinergia entre o som, a imagem e a áudio-descrição. O roteiro, elemento de sistematização da áudio-descrição, precisa focar a trama da animação, as características das personagens e dos ambientes. Além, é claro, de trazer acessíveis os elementos tais como: “créditos, inserções (de textos, títulos ou legendas), textos, títulos, legendas, intertítulos”. (ALVES, 2011, p. 16).
No roteiro da áudio-descrição, o vocabulário empregado deve ser simples, vívido, imagético, específico, expresso através de frases curtas, coordenadas, sem ambiguidades, cacofonias e repetições desnecessárias de palavras. Os verbos, na maioria das situações, devem ser empregados no presente do indicativo; precisam exprimir as ações específicas realizadas pelas personagens. Os adjetivos e os advérbios devem ser selecionados a partir da percepção da expressão linguística que é mais fiel e fidedigna ao que é narrado através da obra artística. (União em Prol da áudio-descrição, 2010; TAVARES et.al., 2010; LIMA, 2011).
Estes elementos linguísticos devem tornar a animação acessível/vívida para a pessoa com deficiência visual. Portanto, não devem refletir a interpretação pessoal do tradutor ou do consultor em áudio-descrição, este responsável pela revisão da áudio-descrição; aqueles, responsáveis pela tradução das imagem em palavras ( LIMA, TAVARES, 2010; SNYDER, 2011)
Além dos aspectos linguísticos comentados, é relevante que o áudio-descritor esteja atento a música como um dos elementos condutores da narrativa e saiba o momento em que “menos é mais” (SNYDER, Idem). Não sobrepondo, neste caso, a áudio-descrição a musicalidade/a narratividade da animação, como orienta o documento “Áudio description for children”:
Crianças pequenas em geral gostam de desenhos animados e longas metragens por causa de suas músicas, antes mesmo de terem idade suficiente para lhes compreender o enredo. Os primeiros vídeos que as crianças provavelmente assistirão serão musicais ou trarão músicas. Algumas crianças com deficiência visual, com deficiências complexas ou crianças muito pequenas podem ter dificuldades em entender a história, mas podem, não obstante, apreciar as músicas. Por isso, é importante que, sempre que possível, as músicas permaneçam intactas, sem descrição sobre elas.
O primeiro verso deve ser isento de descrição. Se há informações importantes a transmitir, estas devem ser inseridas mais tarde na música, durante repetições na música ou durante passagens instrumentais. Pode haver ocasiões em que haja importantes informações na trama a serem transmitidas durante o primeiro coro. Neste caso, o segundo coro deve ser deixado livre de descrição. O mais importante é assegurar que as crianças tenham a oportunidade de aprender o tom e as palavras, e usufruir da música. (Tradução de Vieira, 2010)
A áudio-descrição não deve ser um distrator da mensagem principal da obra. Este recurso deve acrescentar prazer e possibilidades de construção de sentidos ao leitor da animação. Respeitar, portanto, a música e os efeitos sonoros da animação é tão relevante quanto respeitar o momento em que o silêncio é igualmente constitutivo da obra. A respeito dos efeitos sonoros presentes em animações e da inserção da áudio-descrição, o documento supramencionado afirma:
Efeitos sonoros comunicam significativamente a ação, especialmente em desenhos animados. Eles também podem ser muito divertidos – crianças pequenas gostam de os ouvir e imitar. Os efeitos sonoros podem contribuir na fala ecolálica e podem trabalhar em conjunção com a descrição para acrescentar significado a conceitos. É melhor inserir a descrição antes e depois dos efeitos sonoros do que descrever em cima deles.
Na construção do roteiro, outra estratégia de construção linguística que pode ser utilizada pelo áudio-descritor é o uso de palavras de sonorização interessantes, de aliteração e de vocábulos que expressem ritmo. (C.f. “Áudio description for children”). Estes recursos podem atrair a atenção e a concentração da criança, ao proporcionar-lhe a possibilidade de brincar, a partir da linguagem da áudio-descrição, com a linguagem da animação. A áudio-descrição é, neste caso, o passaporte para o faz de conta tecido na animação.
Outro aspecto de relevância na construção do roteiro é o cuidado com a quantidade de informação, assim aquela orientação já mencionada – “menos é mais” – é uma recomendação que orienta o tradutor a procurar as informações que são centrais à trama, caso contrário, a sobrecarga de detalhes sobre vestuário, mobília, ambiente etc poderá prejudicar um dos pilares para a construção da áudio-descrição: a objetividade.
Na construção do roteiro da áudio-descrição da animação, devemos também construir um texto que antecede, apresenta e instrui a áudio-descrição. Esta etapa, nomeada de notas proêmias exige que o tradutor vá além da pesquisa de acervo linguístico referente à obra, ou seja, a urgência de que se conheça o autor, o contexto, as condições de produção, o efeito social da obra etc, fará parte deste primeiro passo para a construção textual do script áudio-descritivo, observando que, nas notas proêmias, não se pode antecipar informações que igualmente não estejam disponíveis aos leitores/espectadores videntes.
Para que se produza então um roteiro coerente com os fundamentos da áudio-descrição, devemos:
Estudar acerca da obra, para termos condições de construirmos as notas proêmias;
Considerar o público alvo da obra;
Observar a obra em seus aspectos gerais e específicos relacionados aos elementos imagéticos, textuais, sonoplásticos.
Pesquisar/selecionar/empregar as palavras mais fiéis, fidedignas, imagéticas, vívidas para expressar o conteúdo da animação;
Construir um texto sucinto, preciso, desprovido de impressões pessoais;
Sincronizar o tempo de cada elemento/situação áudio-descrita com a locução;
Editar, mas não editorializar, a áudio-descrição para ajustá-la harmonicamente a locução áudio-descritiva;
Realizar, em parceria com o consultor com deficiência visual, a revisão áudio-descritiva e textual do roteiro.
Enfim, devemos seguir com precisão as diretrizes da áudio-descrição e o código de ética[3], como subsídios para a atuação do áudio-descritor.
4.1- Traduzindo em palavras a animação “Cheese”
O cinema de animação é gerado a partir da apresentação de quadros consecutivos exibidos numa frequência, que possa ser percebida como o movimento.
No excerto abaixo, trazemos alguns quadros da animação “Cheese” para exemplificarmos a aplicação da áudio-descrição neste gênero artístico/literário.
O roteiro proposto deve ser lido, portanto, tendo como referência o texto dinâmico e não as imagens decompostas, as quais ilustram aqui algumas situações áudio-descritas.
É importante considerar, neste caso, que o roteiro expressa escolhas tradutórias, logo, ele pode ser revisitado, alterado, reescrito; esta construção contínua pode e deve ser feita por outros áudio-descritores ou por pessoas amantes da oitava arte, estudiosas da áudio-descrição. Parafraseando Marcelo o G. Tassara (2005), vamos conhecer a áudio-descrição da animação sem medo de revisitar os paraísos da nossa infância!
Notas proêmias
A animação “Cheese”, construída por Peter Harakaly, foi feita em 3 D com duração de 2 minutos e 16 segundos. 3 D é um recurso utilizado por este artista em suas outras duas animações: “Fishin’ Impossible” e “Bedtime Store”. “Cheese” foi o projeto final de Harakaly para o curso de artes efetivado na escola canadense Vancouver Film School (VFS), em 2007.
O filme é um remember aos desenhos animados da década de 40 e 50, Tom e Jerry e companhia, ao colocar como personagem principal um ratinho marrom e magro, cujas partes internas das orelhas, mãos e pés são alaranjadas. O ratinho é despertado por ondas esverdeadas que representam o cheiro oriundo do queijo.
Os quadros da animação têm fundo preto e na lateral superior direita, em branco, lê-se aniboom.com. [4]
O vídeo está disponível no site www.aniboom.com ou .
Áudio-descrição da animação “Cheese” (HARAKALY, 2007) [5]
Quadro 01[6] – áudio-descrição:
Tempo: 00:01 a 00:03 Aniboom. com Vancouver Film School presents
Fig.01
Fig. 01[7]: – áudio-descrição:[8]: Quadro com apresentação de créditos, na parte superior da tela. Mais abaixo, à direita, vê-se um pedaço de queijo mordido.
Quadro 02 – áudio-descrição:
Tempo: 00:04 a 00:06 A short film by Peter Harakaly. … [9] Ondas esverdeadas saem do pedaço de queijo mordido.
Fig.02
Fig. 02- áudio-descrição: Quadro com apresentação de créditos, à esquerda, na parte inferior da tela. Ao lado direito destes, vê-se um pedaço de queijo mordido.
Quadro 03 – áudio-descrição:
Tempo: 00:07 a 00:08
… Cheese
Fig.03
Fig. 03 – áudio-descrição: Quadro onde se lê, ao centro da tela, a palavra cheese. Mais abaixo, do lado direito, há um pedaço de queijo mordido.
Quadro 04 – áudio-descrição:
Tempo: 00:09 a 00:16
Ambiente escuro. Parede com buraco próximo ao chão.
… onda esverdeada entra.
Fig.04
Fig. 04- áudio-descrição: Fumaça esverdeada, sinuosa, frente a uma parede verde. Ao lado direito, vê-se, de perfil, saindo de uma fenda semicircular na parede, um focinho de rato, comprido, com ponta arredondada e branca. Ele mostra, parcialmente, a boca fechada, os dentes brancos, o primeiro deles é comprido e estreito, os outros três são menores e mais arredondados.
Quadro 05-áudio-descrição:
Tempo: 00:17 a 00:19 Rato com olhos e boca fechados. Orelhas e ombros caídos. … Ele caminha seguindo a onda esverdeada.
Fig.05
Fig. 05 – áudio-descrição: Onda esverdeada estreita sai da lateral esquerda da tela, curva-se para cima e desce fina e rarefeita até próximo ao centro da tela. À frente, um rato caminha.
Quadro 06 – áudio-descrição:
Tempo: 00:20 a 00:26 Aproxima-se do queijo e cheira. … afasta a cabeça, aproxima e cheira.
Fig.06
Fig.06 – áudio-descrição: O rato cheira o queijo. O rato está de semiperfil, tem cabeça pequena. Mostra orelha esquerda grande, alaranjada, arredondada e caída sobre o ombro. Os olhos, com pálpebras alaranjadas, estão fechados. O focinho está logo acima do queijo amarelo, de onde vem a onda verde, aspirada pelo rato. O ratinho tem pescoço fino e comprido.
Quadro 07- áudio-descrição:
Tempo: 00:27 a 00:33 … O rato abre os olhos, vê o queijo e se afasta.
Fig.07
Fig.07- áudio-descrição: O rato olha o queijo. O ratinho aparece da cintura para cima, a cabeça levemente inclinada para trás. Olhos arregalados. As mãos alaranjadas, com quatro dedos finos e de pontas arredondadas, estão erguidas na altura dos ombros e espalmadas para a frente em direção ao queijo.
Quadro 08 – áudio-descrição:
Tempo: 00:34 a 00:35 … e vê a ratoeira
Fig.08
Fig.08- áudio-descrição: O rato observa a ratoeira com o queijo. O ratinho está na lateral direita da tela; apóia a mão esquerda na base da ratoeira. Ao fundo, atrás do rato, vê-se a casa dele.
Quadro 09 – áudio-descrição:
Tempo: 00:36 a 00:37 … examina embaixo da ratoeira.
Fig.09
Fig. 09 – áudio-descrição: Na lateral esquerda superior da tela, até próximo ao centro, vê-se parte do queijo amarelo sobre o martelo da ratoeira; objeto retangular comprido, de metal, o qual se estende diagonalmente até a extremidade direita da tela. Abaixo deste, de cabeça para baixo, vê-se parte da cabeça do rato. Os olhos grandes, arredondados, com esclera branca e pupila pequena e esverdeada. Abaixo da cabeça do rato, a base da ratoeira.
Quadro 10 – áudio-descrição:
Tempo: 00:38 a 00:45 … vê fósforos atrás da ratoeira.
Fig.10
Fig.10- áudio-descrição: Na lateral superior direita da tela, diagonalmente, vê-se chão acinzentado, sobre ele caixa grande, aberta de palitos de fósforos. Quatro deles estão no chão, dois caem das laterais, três estão dentro da caixa com cabeças vermelhas para fora. Na parte inferior da tela, ambiente escuro.
Quadro 11- áudio-descrição:
Tempo: 00: 46 a 00:50 … Pega um palito, parte-o nos dentes.
Fig.11
Fig. 11- áudio-descrição: Na lateral esquerda inferior da tela, pedaço de queijo. À direita, o ratinho, de olhos fechados, segura um palito de fósforo entre os dentes.
Quadro 12 – áudio-descrição:
Tempo: 00:51 a 00:55 … prende um pedaço entre a base e o martelo da ratoeira. … testa o martelo com o dedo.
Fig.12
Fig. 12- áudio-descrição: Ratoeira com queijo. Á frente desta, na lateral direita e inferior da tela, vê-se o rato com um dedo da mão esquerda bem próximo ao martelo da ratoeira. Ele está com o corpo voltado para frente, as orelhas estão um pouco caídas e recuadas para trás. Ele vira levemente a cabeça para a ratoeira. Os olhos estão arregalados, braços abertos, a perna esquerda dobrada e perna direita esticada para a direita.
Quadro 13 – áudio-descrição:
Tempo: 00: 56 a 00:59 … empurra o martelo, pula e vira de costas para a ratoeira, tampando os olhos.
Fig.13
Fig. 13- áudio-descrição: Na lateral esquerda e inferior da tela, a ratoeira com queijo. Á direita, o rato, com o corpo curvado, está de costas para a ratoeira, com as mãos tapando os olhos. As orelhas dele estão levemente em pé, o rabo fino e comprido passa por baixo da perna direita, a qual está levantada.
Quadro 14 – áudio-descrição:
Tempo: 01:00 a 01:02 …volta-se para o queijo, segura-o, cheira-o e passa a língua nos lábios
Fig.14
Fig. 14- áudio-descrição: O rato segura o queijo. Ele está com os olhos fechados e a boca entreaberta. O ratinho passa a língua vermelha e comprida nos lábios, chegando ao canto esquerdo da boca.
Quadro 15 – áudio-descrição:
Tempo: 01:03 a 1:10 … dá uma mordida grande, outra e outra.
Fig.15
Fig. 15- áudio-descrição: O rato apresenta olho esquerdo arregalado, orelha esquerda levemente caída. Ele segura o queijo e abre a boca grande, triangular, deixando a mostra os dentes brancos, pequenos, os dois grandes e estreitos dentes incisivos e a língua vermelha.
Quadro 16 – áudio-descrição:
Tempo: 01:11 a 01:16 … O pedaço de palito escorrega…
Fig.16
Fig. 16- áudio-descrição: Na lateral direita superior da tela aparece o queijo preso ao martelo da ratoeira, apoiado em um pedaço de palito, o qual está em pé sobre a base da ratoeira.
Quadro 17 – áudio-descrição:
Tempo: 01:17 a 01: 20 … a ratoeira se mexe. O palito cai.
Fig.17
Fig. 17- áudio-descrição: Na lateral esquerda superior da tela, o martelo da ratoeira aparece diagonalmente. O pedaço de palito de fósforo está solto entre o martelo e a base da ratoeira.
Quadro 18 – áudio-descrição:
Tempo: 01:21 a 01:30 … O ratinho está sentado, costas na parede, mãos na barriga redonda e pernas abertas.
Fig.18
Fig. 18- áudio-descrição: O rato está sentado no chão, encostado na parede. Ele tem as orelhas para baixo, os olhos semiabertos e as mãos apoiadas sobre a barriga redonda. As pernas dele estão levemente flexionadas e abertas, planta dos pés para frente com os três dedos arredondados e curtos apontando para as laterais.
Quadro 19 – áudio-descrição:
Tempo: 01:31 a 1:45 … O rato olha para cima. Suspira.
Fig.19
Fig. 19 – áudio-descrição: Na lateral esquerda e inferior da tela, vê-se parcialmente o martelo da ratoeira com um pedacinho de queijo na borda. O rato está sentado frente à ratoeira. Ele olha para cima.
Quadro 20 – áudio-descrição:
Tempo: 01:46 a 01:48 … vira a cabeça, olha pelo canto dos olhos …
Fig.20
Fig. 20- áudio-descrição: Na lateral esquerda e inferior da tela, vê-se parcialmente o martelo da ratoeira com um pedacinho de queijo na borda. O rato está com a cabeça levemente inclinada para a direita. Olha com o canto dos olhos para a ratoeira e esboça um sorriso.
Quadro 21 – áudio-descrição:
Tempo: 01:49 a 01:50 … e vê o finalzinho queijo.
Fig.21
Fig. 21- áudio-descrição: Tela preta. Foco de luz circular no pedacinho de queijo.
Quadro 22-áudio-descrição:
Tempo: 01:51 a 01:52 A tela escurece.
Fig.22
Fig. 22-áudio-descrição: Tela preta.
Quadro 23 – áudio-descrição:
Tempo: 01:53 a 01:55 … Lê-se, em branco, ao centro da tela: Created by Peter Harakaly [10]
Fig.23
Fig. 23- áudio-descrição: Créditos[11]
Considerações finais
O termo animação tem se mostrado de definição variável, de difícil consenso conceitual, em razão da ampla referência a uma diversidade de produtos culturais, de objetivos mercadológicos/culturais e de materiais utilizados na construção estética. A animação, enquanto gênero artístico e literário, apresenta-se numa linguagem heterogênea e narrativa, cujas bases são a imagem e o som.
Animação não é a arte de desenhos que se movem, mas a arte de movimentos que são desenhados. O que acontece entre cada frame é mais importante do que o que acontece em cada frame. (WEELS, 1998 apud CRUZ, 2006, p. 23) [Grifo da autora]
O encadeamento e a progressão de eventos visuais e sonoros responsáveis pelo fio condutor da diegese da animação precisa ser áudio-descrito para que todas as crianças, primeiros destinatários deste gênero, possam estar em situação de equidade de direitos ao acesso a comunicação e atinja o consequente letramento literário/cultural.
É relevante então que a sociedade esteja alerta para o fato de a animação em formato acessível ainda ser escassa no Brasil. Esta escassez coloca as crianças com deficiência visual em desvantagem cultural.
Esta realidade excludente precisa ser modificada através do uso do recurso da áudio-descrição. Caso contrário, a herança cultural referente a esta arte legada aos nossos pósteros continuará inacessível para os que têm deficiência visual.
Assim, para que a experiência catártica possibilitada pela animação seja vivenciada de modo autônomo e prazeroso pelas pessoas com deficiência, é necessário que haja a áudio-descrição e, na negativa desta, às pessoas com deficiência devem reivindicar esse direito nos livros, nos espetáculos, nas novelas, filmes e em todos os eventos visuais.
[…] os indivíduos com deficiência visual e os movimentos sociais abracem a causa, levantem a bandeira da acessibilidade e passem a reivindicar seus direitos. Sem a participação dos principais interessados, a acessibilidade no cinema poderá não ser uma realidade em nosso país, deixando tão significativa parcela da população sem acesso a um considerável veículo de formação. (VILARONGA, 2009, p.5)
A animação acessível, arte que opera uma linguagem fundamentada na técnica da narrativa imagética e no desenho universal de sociedade,
[…] se transformará na arte de realizar o impossível, de materializar as esperanças mais excêntricas e de trazer à tona os temores ocultos do inconsciente coletivo. Tudo isso mascarado por um fluxo contínuo de imagens sintéticas tonitruantes (LUCENA JÚNIOR, 2005, p. 11).
O cinema de animação, quando áudio-descrito a partir de diretrizes técnicas e fundadas no empoderamento, poderá contribuir não apenas com a educação das crianças com deficiência, mas com seu sentimento de pertença na sociedade. (LIMA, 2010). Esta premissa traz ao áudio-descritor a urgência de compreender a oitava arte, o público ao qual ela prioritariamente se destina e as nuanças do trabalho de tradução de obras infantis.
Este texto, com as reflexões aqui propostas, espera servir como ponto de partida para este processo; o ponto de chegada dependerá de cada profissional, do quanto este se dedique à área e do entendimento de que a áudio-descrição é uma técnica que oportuniza a efetivação de direitos, assim sendo, ofertá-la é uma questão ética; estudá-la, uma questão de compromisso com a auto-formação; contribuir com a ampliação deste serviço, uma questão de direito e nclusão.
Áudio-descrição nas animações é mais que um caminho para o letramento literário, é um percurso de garantia e efetivação de direitos. Para o tradutor, é se permitir e possibilitar ao outro (usuário da áudio-descrição) o uso de palavras prenhes de história, vestidas da mágica da arte e carregadas de humanização!
Áudio-descrever é a palavra de ordem que emana da inclusão e dela é revestida de sentido!
Referências
AGUIAR, Daniella; QUEIROZ, João. Sobre tradução intersemiótica e aplicações em dança. Monografia. 73pg. Secretaria de Cultura. Fundação Cultural do estado da Bahia. Diretoria de dança. Salvador: 2008. Disponível em<http://www.eventos.uevora.pt/comparada/VolumeII/TRADUCAO%20INTER SEMIOTICA .pdf> Acesso em 24/03/2011. ALVES, Soraya Ferreira. Por um modelo de audiodescrição brasileiro: um estudo sobre modelos de audiodescrição de filmes de animação. Anais do VII Congresso Internacional da Abralin. Curitiba, 2011. Disponível em < > Acesso em 04/05/2011. BOYNARD, Ana Lucia Sanguêdo. Desenho animado e formação moral: influências sobre crianças de 0 aos 8 anos de idade . ACTAS DO III SOPCOM, VI LUSOCOM E II IBÉRICO – VOLUME IV. Disponível em < . pdf > ou < ; Acesso em 30/04/2011. COELHO, Raquel. A Arte da Animação. Belo Horizonte: Formato, 2000. CÔRREA, Âdani. O ogro que virou príncipe: uma análise de intertextos presentes em Sherek. Curso de Mestrado em Letras. Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Dissertação. 137fl. Rio Grande do Sul, 2006. Disponível em < arquivo.php?codArquivo=713> Acesso em 12/05/2011. COSSON, Rildo. Letramento literário – teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. CRUZ, Paula Ribeiro da. Do desenho animado à computação gráfica: a estética da animação à luz das novas tecnologias.Curso de Graduação em Produção em Comunicação e Cultura. Faculdade de comunicação. Universidade Federal da Bahia. Monografia. 150 fl. Salvador, 2006. Disponível em < http://www.bocc.ubi.pt/pag/cruz-paula-desenho-animado-computacao-grafica.pdf> Acesso em 03/05/2011. ESPERANÇA, Joice Araújo; DIAS, Cleuza Maria Sobral. Meninos versus meninas: representações de gênero em desenhos animados e seriados televisivos sob olhares infantis. Educação, Santa Maria, v. 35, n. 3, p. 533-546, set./dez. 2010. Disponível em < http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reveducacao/article/viewFile/2366/1430 > Acesso em 30/04/2011. FARIAS, C. O cinema de animação. 2004. Disponível em < http://www.natalpress.com/index.php?Fa=aut.inf_mat&MAT_ID=6394&AUT_ID=24 > Acesso em 24/03/2011. GIROUX, H. Os filmes da Disney são bons para seus filhos?In STEINBERG,S.; KINCHELOE,J. (org). A criança e a mídia: imagem, educação e participação. São Paulo: Cortez, 2002. GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 16ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. JAUSS, Hans Robert; ISER, Wolfegang; STIERLE, Karlheinz; GUMBRECHT, Hans Ulrich; WEINRICH,Harald. LIMA, Luiz Costa ( trad.). A Literatura e o Leitor – textos de estética da recepção. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. LIMA, Francisco J.; TAVARES, Fabiana S. S. Subsídios para a construção de um código de conduta profissional do áudio-descritor. Revista Brasileira de Tradução Visual, 2010. 5ªed. Disponível em < ; Acesso em 03/01/2011. LIMA, F. VIEIRA, P. (trad.). Áudio description for children. Disponível em <http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/index.php/principal/announce ment > Acesso em 20/12/2010. LIMA, Francisco J. Introdução aos estudos do roteiro para áudio-descrição: sugestões para a construção de um script anotado. Revista Brasileira de Tradução Visual, 2011. 7ªed. Disponível em < ; LUCENA JÚNIOR, Alberto. Arte da animação – técnica e estética através da história. 2ªed. São Paulo: SENAC, 2005. Norma AENOR – UNE153020. Audiodescripción para personas con discapacidad visual. Requisitos para la audiodescripción y elaboración de audioguías. (Comité Técnico AEN/CTN 153, Ayudas Técnicas para Personas com Discapacidad cuya Secretaría desempeña FENIN). AENOR, Madrid, 2005. ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006). Tradução Oficial/Brasil. Secretaria Especial dos direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência( CORDE). Brasília: 2007. VILARONGA, Iracema. A dimensão formativa do cinema e a audiodescrição: um outro olhar. Anais do II Encontro Nacional de Estudos da Imagem. Londrina-PR 2009. Disponível < http://www. bengalalegal.com /docs/iracema-vilaronga-rodrigues.pdf > Acesso em 24/03/2011. ROCHA, A. História da animação. 2010. Disponível em < > Acesso em 24/03/2011. SILVA, Manoela Cristina Correia Carvalho da. Com os olhos do coração: estudo acerca da audiodescrição de desenhos animados para o público infantil. Dissertação. 210fl. Mestrado em Letras e Linguística. Universidade Federal da Bahia. Salvador: 2009. SNYDER, Joel. LIMA, Francisco; VIEIRA, Paulo ( trad.). Áudio-descrição: uma ajuda para a literacia. 2011. Disponível em < http:// www. rbtv. associados dainclusao. com.br/index.php/.> TAVARES, Fabiana dos Santos Silva et. al. Reflexões sobre o pilar da áudio-descrição: “descreva o que você vê”. Revista Brasileira de Tradução Visual (RBTV), 2010. Disponível em < http:// www. rbtv. Associados dainclusao. com.br/index.php/.> Acesso em fevereiro de 2010. ITC Guidance on Standards for Audio Description, 2000. Disponível em< http://www.ofcom.org.uk/static/archive/itc/itc_publications/codes_guidance/audio_de scription/index.asp.html> Acesso em 15/09/2010. União em Prol da áudio-descrição. – Diretrizes para a áudio-descrição e o código de conduta profissional de áudio-descritores baseados no treinamento e capacitação de áudio-descritores e formadores nos Estados Unidos 2007-2008. Disponível em <http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/index .php/principal/announcement > Acesso em 20/12/2010.
[1] A áudio-descrição é uma tecnologia assistiva prevista pela portaria número 310 de 27/07 de 2006 (Diário Oficial da União de 28/07/2006). [2] Artigo publicado neste volume da RBTV. [3] Para aprofundamento neste tema, consulte: “União em prol da áudio-descrição” e “Subsídios para a construção de um código de conduta profissional do áudio-descritor”, disponíveis em www.rbtv. associadosdainclusao.com.br. [4] Anibom.com é uma comunidade virtual que atende a um público bem específico. Trata-se de uma rede voltada para profissionais e amadores de animação com os mesmos elementos de qualquer outro site como orkut e deviant art. A comunidade faz parte de um projeto que deve funcionar como uma verdadeira vitrine de grandes trabalhos e de aspirantes a profissionais. Os usuários cadastrados tem direito a fazer upload de seus desenhos, elaborar um perfil atraente e torná-lo visível a todos. Aos usuários que querem somente prestigiar o conteúdo, no ambiente virtual encontrarão um bom acervo de filmes de animação.
CEO Aniboom é ex-executivo de televisão israelense Uri Shinar. A empresa Aniboom Awards foi fundada em 2005. Ela organiza competições anuais nas quais filmes animados originais são apresentados para julgamento por um júri e os membros da comunidade Aniboom. Os trabalhos vencedores são premiados com uma seleção de software de animação e literatura; recebem também uma quantidade útil de exposição da indústria que podem levar à ascensão profissional. (Fonte: www.aniboom.com) [5] A áudio-descrição destes quadros foi feita para ler/ouvir com a exibição da animação. [6] A enumeração dos quadros refere-se à ordem de entrada deles neste artigo. [7] As legendas devem ao máximo trazer descritivos que permitam a compreensão da imagem, gráfico etc, dentro das normas técnicas do trabalho científico. [8] A áudio-descrição dos quadros aqui apresentados, na forma de legendas, visam propiciar a acessibilidade ao conteúdo imagético. [9] Indicação de que neste período há outros quadros aqui não apresentados. [10] Créditos: Created by Peter Harakaly. Editinu Supervisor: Rob Wood. Sound Supervisor: Brett Anthony. Head of department: Larry Bana. Program manager: Theresa Trink. Program Assistant: Jeri Weaver. Instructors and mentors: Greg Berridge, Steven Taylor,Keith Yong,Dave Dixon, James Lau, Brett Pascal. It support: Joe Doza, Troy Shannon. Software: Maya 7, Flash MX, Photoshop, Premiere, After effect. peterharakaly.blogspot.com@2006 Vancouver Film School [11] Procede-se a locução dos créditos de acordo com as diretrizes para a áudio-descrição ( C.f. União em Prol da áudio-descrição).
Mestranda em Educação Inclusiva (UFPE). Aluna do III Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-descrição “Imagens que Falam” (CEI/UFPE). Especialista em Literatura Infanto-Juvenil (FAFIRE). Graduada em Letras (FAINTVISA). Professora dos cursos de licenciatura em Pedagogia e Letras (Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão). Professora conteudista e executora do curso de licenciatura em Pedagogia (UFRPE- EaD). Professora da rede pública estadual de Pernambuco.View all article by Fabiana Tavares dos Santos Silva
Francisco José de Lima
Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Coordenador do Centro de Estudos Inclusivos (CEI/UFPE); Idealizador e Formador do Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-descrição “Imagens que Falam” (CEI/UFPE);Tradutor e intérprete, psicólogo, coordenador do Centro de Estudos Inclusivos. E-mail: cei@ce.ufpe.brView all article by Francisco José de Lima
A educação inclusiva, pelo que se propõe, tem levado, cada vez mais, pessoas com deficiência aos níveis superiores da educação.
Muitas dessas pessoas são indivíduos com deficiência visual (têm baixa visão ou são cegas), alunos que, ao estudarem nos diversos cursos de seu interesse, nem sempre têm respeitado seu direito à uma educação realmente inclusiva, isto é, de qualidade, com igualdade de condições e que responda às necessidades educacionais especiais desses alunos.
Os muitos estudantes que optam pelo curso de Psicologia, Pedagogia e outros, em que o tema da percepção é tratado em algumas disciplinas ensinadas, se deparam com aulas com constructos visuais que, por não serem áudio-descritos, ficam inacessíveis a esses alunos e dessa forma prejudicam o seu aprendizado, à medida que esses constructos são relevantes à compreensão do tema referido.
Assim, buscando uma maior conscientização da necessidade da eqüidade de condições no ensino superior, é que abaixo envio a áudio-descrição de uma imagem bastante conhecida e usada nas disciplinas da Psicologia que ensinam sobre percepção, mas cuja áudio-descrição não foi oferecida nem no livro de Grieve onde semelhante imagem é apresentada, e nem na internet onde é bastante difundida.
Com minha descrição dessa figura, objetivo mostrar que é possível dar maior acessibilidade às informações visuais, também na educação e em todas as áreas em que a imagem for usada.
Introdução:
A figura, aqui descrita, é uma imagem utilizada no estudo da percepção em Psicologia e foi retirada do Blog “O absurdo e a Graça” do psicólogo empresarial J.Ricardo A. de Oliveira, podendo ser vista também na página 16 do livro Neuropsicologia em Terapia Ocupacional do autor June Grieve, publicado no ano de 2009.[1]
É uma figura ambígua, para a qual se pode dar mais de uma interpretação, dependendo do ponto de vista do observador.
Isso traz um desafio ao áudio-descritor pois, considerando a regra mestre da áudio-descrição: “Descreva o que você vê”, áudio-descrever esta imagem requer oferecer ao estudante a idéia de ambiguidade (pode-se ver diferentes coisas ao se olhar para diferentes pontos da figura), não se podendo, portanto, descrevê-la de modo “taxativo”.
Aqui, duas possibilidades interpretativas serão apresentadas: a figura de uma jovem, tomando como ponto de partida o olhar do observador para o que viria a ser o queixo da moça e a figura de uma velha, tomando como ponto de partida a observação do que seria o nariz grande e pontiagudo dela. Pontos de ambigüidade verificados na imagem podem ser: o que seria o cabelo arrumado em topete da jovem é a franja do cabelo da velha; o véu da jovem seria o lenço da velha; assim como a pena na cabeça da jovem seriam os fios de cabelo desalinhados da velha. O que parece o queixo e o maxilar da jovem, seria o nariz grande e pontiagudo da velha e a narina esquerda respectivamente; já o cílio da jovem, também seria o cílio direito da velha. As mesmas linhas que compõem a orelha da jovem, formam o olho esquerdo enrugado da velha; e o contorno que na jovem parece um nariz pequeno e arrebitado, na velha parece uma verruga no nariz. A linha preta, grossa, reta e horizontal na jovem assemelha-se a uma gargantilha e na velha lembra uma boca semi-aberta e sem dentes. E o que seria o pescoço da jovem é o queixo pontiagudo e proeminente da velha. Por fim, a mancha preta com contornos irregulares assemelha-se, em ambas as imagens, a um casaco felpudo.
Descrição da Figura da Jovem
Uma das imagens sugere uma mulher jovem, vista dos ombros para cima com a face voltada para a direita, com o queixo sobre o ombro. Vê-se seu ombro esquerdo em primeiro plano. Há uma mancha preta na parte superior da imagem da esquerda para a direita lembrando um cabelo volumoso arrumado no que parece um topete. Sobre o cabelo, na altura da testa, há linhas curvas sugerindo uma pena, do topo da cabeça para trás há uma região branca dando a impressão de um véu. Abaixo do topete há uma linha curvada para cima parecendo um cílio comprido, abaixo dessa linha há um contorno lembrando um nariz pequeno e arrebitado. Mais ao centro da imagem vê-se uma linha curvada abaixo do cabelo dando a idéia de uma orelha. Na parte inferior esquerda do que seria o rosto da jovem há um contorno que parece o queixo, mais a direita há uma linha curvada para cima que pode definir o maxilar, logo abaixo aparece uma mancha branca indicando o pescoço e uma linha preta, horizontal, reta e grossa, parecendo envolver o pescoço, dando a idéia de uma gargantilha. Sobre o que seriam os ombros da jovem há uma mancha preta de contornos irregulares lembrando um casaco felpudo.
Descrição da Figura da Velha
A outra imagem sugere uma mulher velha, vista dos ombros para cima com a cabeça inclinada para frente e o rosto de perfil voltado para a direita, deixando à mostra a face esquerda. Há uma mancha preta na parte superior da imagem da esquerda para a direita parecendo uma franja de cabelo. Sobre o cabelo, na altura da testa, há linhas curvas voltadas para trás sugerindo fios de cabelos desalinhados, da franja até os ombros há uma região branca assemelhando-se a um lenço. Abaixo da franja há uma mancha branca formando o que seria o rosto da velha, cujo contorno forma o desenho de um nariz grande com a ponta curvada para baixo, lembrando um nariz de bruxa. Abaixo da franja do cabelo e saindo do contorno do nariz em sua parte mais alta há uma linha curvada para cima parecendo os cílios do olho direito da velha, pouco abaixo deste há um linha curva lembrando um verruga, na mesma altura e mais ao centro há duas linhas pequenas e diagonais que formam um ângulo agudo entre si assemelhando-se ao olho, logo abaixo há uma linha curvada para cima dando a idéia de ruga. Mais à direita da ponta do nariz há uma linha curvada para cima parecendo a narina esquerda. Abaixo do nariz há uma linha preta, grossa, reta e horizontal dando a idéia de uma boca semi-aberta e sem dentes, logo abaixo há uma mancha branca em forma de V inclinado à esquerda assemelhando-se a um queixo pontiagudo e proeminente. No que seriam os ombros da velha há uma mancha preta cujos contornos irregulares lembram um casaco felpudo.
Observação final
Com a áudio-descrição da imagem ambígua, espero incentivar outras descrições desejando que este espaço da Revista se torne um grande ponto de encontro para a áudio-descrição de imagens, como está descrito na seção de “Foto-descrição” desta Revista.
Nota de rodapé
[1] A figura, originalmente, tem dimensões de 13 cm de altura por 9 cm de largura.
Baixe o Labyrinthus e outros jogos que aqui serão disponibilizados gratuitamente e os indique para seus amigos e familiares. Por favor, peça a eles que também baixem os jogos diretamente desta página. Será um incentivo ver que o jogo foi baixado várias vezes e isso nos levará a postar outros jogos, igualmente gratuitos.
Jogo Labyrinthus
Para você, sua família e seus amigos se divertirem, testarem a ansiedade e competirem em um ambiente amistoso e lúdico.
Nestes dias em que muitos querem que tudo aconteça individual e rapidamente, este jogo de tabuleiro nos dá a oportunidade de divertirmos em família e com nossos amigos, de modo inclusivo e acessível.
Labyrinthus
Entrar no labirinto não será fácil, sair dele requererá muita paciência e determinação.
Guia rápido para jogar o Labyrinthus
Joga-se o Labyrinthus lançando um dado ou sorteando uma pedra de dominó.
Começa-se o jogo tirando o número 1 ou o 6. Toda vez que você tirar 6, poderá lançar o dado novamente ou sortear outra pedra do dominó.
Move-se a partir da casa 1 ou da casa 6 para a casa de número sorteado pelo dado ou pedra de dominó.
Move-se para frente ou para trás, dentro de uma área, também adicionando ou subtraindo o número sorteado da casa em que se está (2 sorteia 3, vai para a casa 3 ou para a casa 5; 4 sorteia 3, vai para a casa 3 ou para casa 1).
Passa-se para o nível seguinte apenas quando tirar o número 6.
É obrigado mover-se sempre que possível. Os jogadores lançam o dado em ordem anti-horário.
Ao alcançar uma casa em que outras peças estejam, todas, inclusive a sua, voltam para a casa com o número 6 mais próxima.
Não se pode voltar de nível.
Conforme combinado anteriormente entre os jogadores, ganha-se o jogo, ou retira-se uma peça do jogador, ao se chegar à uma saída expressa, o que se dá, obtendo o número 1, em locais próprios.
Também, ganha-se o jogo quem sair primeiro do labirinto, quem estiver no nível mais avançado ou quem tirar maior número de peças, quando se interrompe o jogo no meio.
Bom divertimento!!!
A respeito do tabuleiro do Labyrinthus
Com bordas azuis e caminho amarelo sobre um fundo branco, o tabuleiro do Labyrinthus pode ser compreendido como uma tabela formada por cinco longas colunas verticais e por onze linhas curtas horizontais, todas azuis. Tanto a entrada como a saída do labirinto são marcadas com uma seta direcional azul. Na entrada há o número 1 e na saída o número 1 é acompanhado de uma carinha sorridente.
O tabuleiro do Labyrinthus pode ser compreendido, na posição vertical, nome do jogo na parte superior, autoria do Labyrinthus ao pé do tabuleiro, como uma tabela de 5 colunas e 11 linhas com células que se abrem para diferentes lados. Nessa posição, a coluna 1 fica no lado esquerdo do tabuleiro, a linha 1 fica logo abaixo do título.
Começa-se o jogo pela coluna 1, linha 11. Ao entrar pela casa 1, e seguir o caminho amarelo, você se deparará com números desenhados com pontos pretos sobre fundo branco, como em um dominó ou em um dado.
No corredor que leva ao primeiro nível, os números vão de 1 até 6, sendo o 6 representado por duas colunas e 3 linhas de pontos, como em uma letra “é” em Braille. Este número 6, localizado na coluna 5, linha 11, indica o primeiro nível do jogo.
Toda vez que houver uma célula ou casa com o número 6, existirá uma passagem para o nível seguinte do labirinto. Assim, quando se alcançar a casa com o primeiro 6, atinge-se o primeiro nível e se estará pronto para seguir para o nível
Quando se alcançar a casa com o segundo número seis (coluna 5, linha 8), haverá uma passagem para o terceiro nível e uma abertura para uma Câmara “sem saída”. Há duas Câmaras sem Saída no Labyrinthus: a primeira compreende as linhas 6 e 7 da coluna 5. A segunda fica no nível quatro (na coluna 4, linhas 3 e 4).
Há três saídas expressas no labirinto. Elas estão marcadas pelo número 1, acompanhado por duas carinhas sorridentes. Uma Saída Expressa está na segunda coluna, linha 10, junto da casa indicativa do nível 7. Outras duas ficam na coluna 3, linhas 3 e 4 respectivamente. Ao chegar à uma Saída Expressa, ganha-se o jogo ou tira-se um jogador, conforme foi combinado antes de o jogo começar. Pode-se chegar à Saída Expressa da coluna 3, linha 4, entrando na Passagem Especial pelo número 5, que está junto à casa do nível 3 (coluna 4, linha 8). Também pode-se entrar na Passagem Especial a partir do nível 8, tirando o número 2. A Passagem Especial se destaca por ter o caminho na cor verde.
Como jogar o Labyrinthus
Joga-se o Labyrinthus sorteando-se um dado ou uma pedra de dominó. Neste caso, pode-se usar as seis dobras ou os seis brancos (por exemplo, terno e terno, quadra e quadra, branco e duque, branco e quina, branco e sena etc).
Inicia-se o movimento no jogo, quando o primeiro jogador tirar o número 1 ou o 6 no dado, ou no dominó. Os demais jogadores só podem moverem-se a partir do momento em que tirarem 1 ou 6. A ordem de lançamento do dado ou sorteio do dominó é anti-horário.
Move-se no labirinto de acordo com a face do dado ou dominó sorteado. Sempre que for possível, deve-se mover pelo labirinto, indo para frente ou para trás, conforme o número tirado ou adicionando ou subtraindo o número tirado ao número da casa em que se está. Por exemplo, se você estiver no 1 e tirar 2, você poderá ir para o 2 ou, adicionando-se 2 ao 1, poderá ir para o 3. Ao estar no 3 e tirar 2, poderá ir para o 5, para o 2 ou, subtraindo-se 2 ao 3, poderá voltar para a casa 1.
***Só se pode ir para o 6, tirando o 6.
*** Uma vez alcançando um certo nível, não se pode voltar ao nível anterior.
Quando você estiver no nível 1, você pode mover em direção ao nível 2, tirando 4 ou 2. Chega-se ao nível 2, tirando 6. Estando no nível 2, move-se para o nível 3, tirando outro 6. Contudo, se você tirar 5 ou 3, você entra na chamada Câmara sem Saída.
Ao estar no nível 3, move-se em direção ao nível 4, apenas tirando o número 3. Passa-se do nível 3, direto para o nível 4, tirando o 6. Ainda no nível 3, pode-se entrar na Passagem Especial, tirando o número 5 ou se pode ir em direção ao nível 7, tirando o número 4.
Estando no nível 4, pode-se passar para o nível 5, tirando o número 6. Contudo, se você tirar 4 ou 2, você entra na chamada Câmara sem Saída.
Do nível 5, move-se em direção ao nível 6, tirando 5 ou 3. Passa-se para o nível 6, tirando 6. Do nível 6, pode-se passar para o Corredor de Saída, tirando o número 2, ou entrar na Câmara com a Saída Expressa, tirando o número 5. Estando na Câmara com a Saída Expressa, alcança-se a Saída Expressa, somente se você tirar o número 1.
O nível 7, está localizado na coluna 2, linha 9. Estando ao nível 7, pode-se encontrar a Saída Expressa, tirando o número 1 no dado ou dominó. Do nível 7, pode-se ainda, ir em direção ao nível 8, tirando 5 ou 4. Chega-se ao nível 8 tirando 6.
Do nível 8, pode-se entrar na Passagem Especial tirando o número 2. Uma vez na Passagem Especial, pode-se voltar ao nível 8 ou atingir a Saída Expressa. Alcança-se a Saída Expressa, tirando 1.
***Não se pode voltar para o nível 3. Contudo, é permitido voltar ao nível 8 estando na casa de número 2, e tirando 6.
Do nível 8, pode-se mover em direção ao nível 9, tirando 5, 4 ou 3. Passa-se ao nível 9, tirando o número 6.
Do nível 9, passa-se ao Corredor de Saída, em direção ao nível 10, tirando 1. Alcança-se o nível 10, tirando 6, desde que se esteja nas casas 1, 2, 3, 4 ou 5.
Do nível 10 em diante só se alcança a saída tirando 1.
Importante
Joga-se o Labyrinthus com 1, 2 ou 3 peças por jogador.
Começa o jogo aquele que tirar 1 ou 6. Os demais só podem mover as peças quando igualmente tirarem 1 ou 6.
Sempre que você tirar 6, você pode lançar o dado novamente ou sortear uma nova pedra do dominó.
Quando um jogador tirar um número e posicionar-se em dada casa, todas as peças daquela casa voltam para a casa 6 mais próxima. Por exemplo, se você tirar 3, estando no nível 2, você entra na Câmara sem Saída. Para que possa voltar ao nível 2, você vai precisar tirar seis ou que outro jogador tire o número 3, fazendo você voltar ao seis anterior.
Se você tiver um peça na casa 6 do nível 2, e outra peça na casa 3 da Câmara sem Saída, e tirar um 3, você deverá mover a peça da casa 6 para a casa 3, e retornar a peça da casa 3 para a casa 6 do nível 2. Igualmente, se você tiver uma peça na casa 5 e outra na casa 3 e tirar 2, você moverá o jogador da casa 3 para a casa 5; e o jogador da casa 5 será movido para a casa 6 do nível 2. E isso vale para qualquer jogador: toda vez que um jogador chegar a uma casa já ocupada, os ocupantes retornam a casa 6 mais próxima.
Sugestão de peças para Labyrinthus
Imprima as peças abaixo, recorte-as e as cole, preferivelmente sobre superfícies com diferentes texturas.
Dica para impressão e adaptação
O LABYRINTHUS foi desenhado para ser impresso em tamanho A3, o que se pode fazer em quase todas as gráficas, ainda que pequenas e de bairro. Todavia, é possível configurar a impressora para imprimir o tabuleiro em tamanho A4. A impressão deve ser colorida. Porém, também é possível jogar o LABYRINTHUS em impressão preto e branco.
Para que o jogo possa ficar acessível às pessoas cegas, pode-se colar um barbante sobre as linhas azuis e marcar os pontos dos números com cola colorida ou outra tinta que produza relevo. Pode-se, ainda, colar uma tira de cartolina 180g, ou mais grossa, sobre as linhas azuis, mesmo cobrindo parte das áreas brancas, desde que não cubra os números ou dificulte a percepção deles.
Para pessoas com baixa visão, a impressão em tamanho A3, aproveitando o tamanho máximo do papel deve ser suficiente. De todo o modo, o mais recomendável é perguntar aos jogadores com deficiência visual o que melhor lhes atende às necessidades visuais.
Agora é só chamar amigos e familiares, e juntos se divertirem, testando sua tolerância em ficar preso, sem poder sair rápido do LABYRINTHUS.
Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Coordenador do Centro de Estudos Inclusivos (CEI/UFPE); Idealizador e Formador do Curso de Tradução Visual com ênfase em Áudio-descrição “Imagens que Falam” (CEI/UFPE);Tradutor e intérprete, psicólogo, coordenador do Centro de Estudos Inclusivos. E-mail: cei@ce.ufpe.brView all article by Francisco José de Lima
Como mestranda no programa de Pós Graduação em Televisão Digital da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), tenho me interessado pelo tema da audiodescrição e, por conta disso, feito cursos de audiodescrição, bem como feito audiodescrição, como voluntária, em vários projetos.
A audiodescrição tem o propósito de trazer acessibilidade comunicacional, principalmente para as pessoas com deficiência visual, em todas as áreas em que uma imagem é utilizada. Com a audiodescrição traduz-se a imagem em palavras, a serem ouvidas e/ou lidas pelo usuário com deficiência.
Abaixo, dou um exemplo de como a audiodescrição pode ser feita, a partir de uma fotografia.
Notas proêmias:
De abril a novembro de 2010 os alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos em Bauru (SP) tiveram sessões de vídeo com audiodescrição. A atividade foi realizada por mim, Flávia Oliveira Machado, como voluntária. Quando os vídeos não possuíam audiodescrição, eu elaborava o roteiro e narrava ao vivo as descrições das cenas. Após as exibições, era feito um pequeno debate. O filme exibido na sessão fotografada foi “Ensaio sobre a Cegueira”, de Fernando Meireles. Neste dia, os espectadores ouviram a audiodescrição do DVD do filme.
Audiodescrição da fotografia:
Audiodescrição de Flávia Oliveira Machado
Fotografia colorida de um grupo de pessoas ouvindo o filme “Ensaio sobre a Cegueira”. No canto inferior esquerdo da fotografia, um aparelho de DVD portátil está em primeiro plano em cima de uma bancada de mármore marrom. Este aparelho possui uma pequena tela que mostra uma cena de duas pessoas e uma criança. Um cabo preto liga o equipamento de DVD a uma pequena caixa de som, que está atrás deste aparelho. Em segundo plano, espectadores estão sentados em cadeiras vermelhas dispostas em três fileiras. Dessas pessoas, dois homens estão na primeira fileira. O da esquerda é negro, calvo e veste uma camiseta vermelha. O homem da direita é branco de cabelos pretos e veste uma camisa azul com um desenho contornado em branco. Ele está de mãos cruzadas apoiadas na perna. Homens e mulheres aparecem mais desfocados atrás desses dois homens. Essas pessoas estão em uma sala com um quadro de paisagem rural feito com pequenos azulejos fixados na parede esquerda. Na parede da direita uma janela sem cortinas irradia luz nas costas dos espectadores.
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital da UNESP/Bauru, está desenvolvendo em sua dissertação um estudo sobre as políticas públicas para a promoção da audiodescrição na TV digital brasileira. O projeto é orientado pelo Prof. Dr. Antonio Carlos de Jesus (acj13jesus@faac.unesp.br ).View all article by Flávia Oliveira Machado
A consciência da possibilidade de benefícios mútuos foi o principal gatilho para a ação de inclusão no Inhotim, um espaço museológico constituído por uma sequência de galerias em meio a um parque botânico-ambiental. Consideramos esse trabalho de inclusão social, por meio da profissionalização, para além da lei de cotas. Pensamos nele principalmente como uma contribuição para a inclusão social. No artigo Inclusão social da pessoa com síndrome de down: uma questão de profissionalização, Ana B. M. Pires, Daiana Bonfim e Lana C. A. P. Bianchi, afirmam que investir em ações sociais
amplia em 74% suas relações com a comunidade; a motivação e a produtividade dos funcionários crescem em 34%, melhora o envolvimento do funcionário com a empresa em 40%, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento de conhecimento, técnicas e habilidades dos funcionários em 52%. (PIRES, BONFIM e BIANCHI, 2007)
Rosemary tem 24 anos de idade, completou a quarta série na APAE1 de Brumadinho, é SD2 e foi contratada para compor a monitoria de área. Essa equipe é responsável por zelar pelo patrimônio artístico-ambiental de Inhotim. O monitor de área tem como atribuição monitorar a área que lhe foi atribuída, zelando pelo espaço e tudo que houver nele. O monitor de área recebe o visitante, informando-o, tirando suas dúvidas, indicando locais, etc. Assim como a equipe de monitoria de área, a equipe de Arte e Educação também trabalha diretamente com o público. No entanto, a Arte e Educação tem como objetivo principal o trabalho de mediação em arte, seja com o público, seja com a própria equipe. Ao contratarmos a Rosemary, iniciamos um trabalho cuidadoso de formação com a mesma. Esse trabalho é desenvolvido pelas duas equipes acima citadas.
SOMOS SUJEITOS AUTORES
Para o desenvolvimento deste trabalho buscamos Alícia Fernandez. Em seu livro Os idiomas dos aprendentes, Fernandez apresenta o conceito de sujeito autor, que, segundo ela, é aquele que constrói o seu conhecimento a partir de sua relação com o mundo. Para ela, ser autor é possuir autoria, é construir o seu conhecimento e a si próprio a partir de suas experiências em relação ao mundo, em relação ao outro, em relação à natureza, enfim, em relação aos fenômenos que a realidade apresenta.
Entendemos, portanto, a Rosemary e todos os atores envolvidos na profissionalização dela como sujeitos autores. Como sujeitos autores, somos ativos, construímos nosso conhecimento e proporcionamos ao outro a transformação do próprio conhecimento. Essa transformação vai acontecendo por meio da possibilidade que o sujeito tem de mostrar o que sabe e de articular esse conhecimento com o novo, transformando a si, a quem ensina e ao próprio objeto do conhecimento. Para Fernandez, esse sujeito se posiciona simultaneamente como ensinante e aprendente, portanto “só quem se posiciona como ensinante poderá aprender e quem se posiciona como aprendente poderá ensinar” (FERNANDEZ, 2001:54).
PROPOSTA DE SENSIBILIZAÇÃO
Durante a formação profissional acontecem encontros entre os educadores e a Rosemary, no intuito de sensibilizá-la quanto às questões relativas à arte contemporânea. É o que chamamos de treinamento sensitivo. Segundo Theresinha Guimarães Miranda,
a qualificação profissional vai além das habilidades manuais. (…) Não basta mais que o trabalhador ‘saiba fazer’ é preciso também ‘conhecer’ e acima de tudo ‘saber aprender’. (…) As habilidades são atributos relacionados não apenas ao ‘saber fazer’, mas ao saber agir. (…) Implicam, pois, dimensões variadas: cognitivas, motoras e atitudinais. (MIRANDA, 2008)
Esses encontros, para mediação em arte, acontecem quinzenalmente e neles são desenvolvidas atividades de experimentação com a Rosemary dentro das galerias. As atividades são planejadas, aplicadas, registradas e avaliadas. Esse treinamento tem como objetivo propiciar a conversa, a experimentação e a interação da funcionária com a arte e com as pessoas. Além disso, as atividades pretendem aguçar a sensibilidade da Rosemary, estimulando a consciência dela como sujeito, propiciando o entendimento de seu lugar de fala e promovendo a autonomia da funcionária dentro da instituição.
Para a elaboração das atividades, os educadores lançam mão de conceitos que gravitam dentro do campo lexical da palavra ‘intuição’. As propostas são feitas dentro de uma metodologia que conta sempre com a própria mediação, com as obras e com o uso do espaço de galerias. Além disso, objetos, mapas, palavras e outra referências como músicas, movimentos artísticos, fotografias, etc., são apresentados a Rosemary.
O ACERVO DE ARTE COMO POTÊNCIA PARA EXPERIÊNCIA
Ao usarmos o acervo do museu e todo o espaço de Inhotim para mediação em arte com a Rosemary, retomamos algumas ideias de Merleau-Ponty que fala sobre o sujeito da fenomenologia. Segundo ele, é na relação que o sujeito estabelece com aquilo que o cerca que os significados vão sendo elaborados. Assim também ele vai construindo a sua identidade e a sua história, por meio de suas experiências. O sujeito que se relaciona com a arte contemporânea aproxima-se do sujeito que a fenomenologia aborda. A interpretação que o sujeito faz do mundo o torna singular e produtor de significados. O sujeito ativo atribui significados ao mundo e significa-se nele. Sem esse significado o aprender torna-se reprodução daquilo que é presenciado por ele e transmitido a ele. Não há criação.
Seguindo esse pensamento, buscamos John Dewey, no livro El Arte como experiência, que comenta que “a experiência adequada original não é fácil de alcançar, sua realização é uma prova de sensibilidade natural e de uma experiência madura por meio de diversos contatos” (DEWEY, 2008:339, tradução minha). São esses contatos que buscamos proporcionar nas atividades, por meio da interação entre os mais distintos elementos de Inhotim como obras, pessoas, idéias, etc. Cada nova experiência transforma a posição do sujeito em relação ao mundo e às pessoas. Ele é capaz de desenvolver o senso crítico e de ter um olhar transformador.
PARA ALÉM DA MUDANÇA DO OLHAR
As proposições de atividade e mediação em arte são elementos potenciais para formação profissional e pessoal da Rosemary. Marina Almeida deixa claro, em seu artigo Empregabilidade da pessoa com Síndrome de Down, que “no caso da pessoa com Síndrome de Down, o trabalho amplia seu campo de autonomia pessoal, (…) bem como sua identidade enquanto pessoa”. Ainda segundo a autora, “trabalhar não é um fim em si mesmo, mas um meio vital de cumprir sua função social a que pertence” (ALMEIDA, 2007).
A profissionalização da Rosemary foi iniciada, mas não será completamente encerrada. Para Pires, Bonfim e Bianchi “o progresso depende de um processo contínuo. A estagnação faz perder todos os avanços já conquistados e inviabiliza conquistas futuras. A ausência de estímulos na SD significa regressão” (PIRES, BONFIM e BIANCHI, 2007). Dessa forma, os resultados foram parcialmente obtidos por meio de registros como relatórios mensais e depoimentos colhidos até então.
Com a mediação inclusiva, Rosemary desenvolveu um melhor entendimento do espaço em que ela está inserida. Atualmente detém amplo conhecimento sobre o acervo. Seu olhar quanto à arte contemporânea está mais interpretativo, possibilitando a criação de conceitos próprios. Dialoga com mais propriedade sobre as obras, além de demonstrar maior interesse por elas. Hoje ela raciocina em cima do conteúdo absorvido, faz questionamentos e consegue criar seu próprio discurso. Toda essa melhora tem contribuído para uma boa compreensão sobre o que é educação patrimonial. Seu zelo quanto ao acervo é mais consciente.
Sobre os progressos da Rosemary retornamos ao artigo da Almeida. Segundo a mesma, o SD ganha no que se refere à independência e ao autoconhecimento, pois desenvolve a consciência de sua própria existência. Além disso, ganha autoconfiança, pois passa a acreditar na capacidade de aprender, de produzir e de compartilhar. Quanto aos ganhos do empregador, ela lembra que é possível agregar valores à empresa, ganhando em humanização e em enriquecimento das relações interpessoais. Ou seja, a empresa caminha para o melhor atendimento da diversidade humana.
Em nosso caso, além dos resultados apresentados pela própria Rosemary, obtivemos também resultados na equipe de monitoria, que experimentou a convivência diária com uma SD. As melhoras são vivíveis no que se refere à parceria no trabalho. A equipe de arte-educação aprendeu a aprender através da experimentação e observação. Com essa ação, Inhotim, enquanto instituição que promove cultura e defende princípios de acessibilidade, avança para o aperfeiçoamento de suas práticas nesse campo, tentando aplicar conceitos que permeiam as instituições culturais de todo Brasil.
Bibliografia
# ALMEIDA, Marina da Silveira Rodrigues. Empregabilidade da pessoa com síndrome de down . 2007. Disponível em: <http://www.psicologia.com.pt/ar tigos/imprimir_o.php?codigo=AOP0116>. Acesso em: 25 set 2008. # DEWEY, John. El art como experiencia. Barcelona: Paidós, 2008. # FERNÁNDEZ, Alicia. Os idiomas do aprendente: análises das modalidades ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Ar tmed, 2001. # MERLE AU-PONT Y, Maurice. A fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2006. # MIRANDA, Theresinha Guimarães. O plano nacional de qualificação do trabalho: uma experiência com pessoas portadoras de deficiência. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/23/textos/1516t.pdf>. Acesso em: 09 set 2008. # PIRES, Ana B. M.; BONFIM, Daiana; BIANCHI, Lana C. P. Inclusão social da pessoa com síndrome de down: uma questão de profissionalização. 2007. Disponível em: <http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs_ol/vol-14-4/ID237.pdf>. Acesso em: 13 set 2008.
NOTAS E REFERÊNCIAS
1. APAE – A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais é uma sociedade civil, beneficente de assistência social, de caráter cultural e educacional voltada ao atendimento dos por tadores de necessidades especiais. 2. SD – Síndrome de Down